tag:blogger.com,1999:blog-38377368.post4107122824308898138..comments2023-10-17T13:29:16.744+01:00Comments on USAFelgueiras: Problemáticas do Mundo Contemporâneo - Textos para discussãoJoão Silvahttp://www.blogger.com/profile/06288734677642906051noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-38377368.post-5060588579102962212010-02-16T22:19:41.487+00:002010-02-16T22:19:41.487+00:00Haiti. Onde estava Deus? (1)
por ANSELMO BORGES –...Haiti. Onde estava Deus? (1)<br /><br />por ANSELMO BORGES – <br /><br />DN, 13 Fevereiro 2010Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-38377368.post-12588690179257199162010-02-16T22:10:47.204+00:002010-02-16T22:10:47.204+00:00Haiti. Onde estava Deus? (1)
Não há palavras sufi...Haiti. Onde estava Deus? (1)<br /><br />Não há palavras suficientes e sobretudo suficientemente fortes para descrever a tragédia do Haiti: mais de duzentos mil mortos, mais de um milhão de desalojados, fome, pilhagens, órfãos sem conta, rapto de crianças, o desabar de um resto de Estado, o buraco negro e roto do futuro... O horror pura e simplesmente!<br />E muitos, alto ou lá no íntimo, gritaram: Onde estava Deus, onde está Deus no Haiti? A pergunta constantemente repetida ao longo da História: Onde estava Deus no Gólgota?, onde estava Deus no terramoto de Lisboa, no tsunami da Indonésia?, onde estava Deus em Auschwitz?...<br />Este clamor acompanha a história da filosofia, desde que Epicuro por volta do ano 300 a. C. e, depois, Pierre Bayle, no iluminismo, atenazaram o pensamento neste domínio. Deus deve ser omnipotente e infinitamente bom. Assim, como explicar o mal? Ou Deus pôde evitá-lo e não quis: então, não é infinitamente bom. Ou quis, mas não pôde: então, não é omnipotente. Ou não pôde nem quis: então, não é Deus. Ou pôde e quis: então, porquê o mal?<br />As tentativas de resposta sucederam-se. Leibniz inventou inclusivamente a palavra teodiceia, que significa precisamente "justificação de Deus", no Essai de théodicée (Ensaio de teodiceia). Aí, argumentava que este mundo não é óptimo nem perfeito, mas, sendo Deus infinitamente bom, omnipotente e omnisciente, é o melhor dos mundos possíveis. O ensaio foi publicado em 1710, tornando-se quase um manual da Europa culta. Mas bastaram 45 anos - o terramoto de Lisboa foi em 1755 - para que Voltaire ironizasse sobre ele no Cândido ou o Optimismo. E Kant, em 1791, escreveu um pequeno tratado com o título Über das Misslingen aller philosophischen Versuche in der Theodizee (Sobre o fracasso de todas as tentativas filosóficas na teodiceia). <br />Como pode, de facto, a razão humana finita justificar Deus perante o mal? Aliás, constituiria crueldade cínica avançar para junto de quem sofre os horrores do mal com explicações teóricas. De qualquer modo, frente ao mal, o crente percebe que Deus não é omnipotente nem infinitamente bom ao modo do pensar humano e que afinal a fé é mais um combate do que uma consolação e que esse combate tem a sua prova na praxis solidária com quem sofre.<br />Num documento sobre a tragédia do Haiti, a Associação de Teólogos João XXIII lamenta que se continue à procura do Deus-relojoeiro de Newton, ajustando a maquinaria do universo, e que não se acabe com o pedido de milagres naturais a Deus - que mande chuva, que evite os tsunamis, que faça prodígios -, um Deus-providência ao nosso serviço, um superpai que nos proteja da natureza e das suas leis, esquecendo que "Deus não interveio para evitar o Gólgota nem Auschwitz nem evitou pestes, fomes e outros desastres". <br />Em que Deus acreditam então? "Cremos que o mal é também um mistério que dificilmente encaixa na imagem de um Deus omnipotente e misericordioso, sobretudo quando se traduz em sofrimento dos pobres e inocentes." Crêem no Deus que não tem ciúmes do ser humano e lhe deu capacidade criadora - talvez a ciência possa vir a prever os terramotos - e responsabilidade no mundo. Deus defende os pobres e oprimidos e abençoa os que trabalham pela justiça e pela paz.<br />"Deus não é neutral, está no Haiti nas vítimas e em todas as pessoas que ali trabalham solidariamente", identifica-se com as vítimas, fazendo delas o critério do juízo divino: "Destes-me de comer, de beber, de vestir..." Ninguém tem o direito de falar em seu nome, "só elas e quem partilha os seus sofrimentos. Mas podemos e devemos todos tornar-nos presentes no Haiti, atender às necessidades urgentes dos haitianos e colaborar na sua reconstrução". <br />Mas não basta. "O Haiti personifica hoje os povos crucificados"; temos todos de mudar, e a referência ao Deus de Jesus há-de ser "o grande acicate de justiça e solidariedade" num mundo cuja ordem internacional "está montada sobre a concentração da riqueza em 20% da humanidade e o desamparo de boa parte dela".Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-38377368.post-19632056338234885272010-02-04T17:30:29.477+00:002010-02-04T17:30:29.477+00:00A ideia é mesmo essa. Que essas definições sirvam ...A ideia é mesmo essa. Que essas definições sirvam para uma reflexão mais aprofundada das experiências/vivências de cada pessoa.J Santos Pinhohttps://www.blogger.com/profile/17225970589155891978noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-38377368.post-1146591385384979492010-02-01T10:09:35.006+00:002010-02-01T10:09:35.006+00:00Aproveitando o facto de ter gostado deste post:
Os...Aproveitando o facto de ter gostado deste post:<br />Os prismas das religiões e do seu objecto central - o deus, os deuses ou a auseência de ambos - devem ser temas a debater sempre, para que não se combata por eles.<br />Esta iniciativa parece ser uma boa proposta:<br />http://www.conscienciaereligiao.com/Máriohttps://www.blogger.com/profile/16467650848144386155noreply@blogger.com