Alunos e professores da USAF, em número de quarenta, saíram, no dia 28 de Janeiro, rumo ao norte. Partiram do Centro de Camionagem pelas oito horas. O sobe-e-desce ao longo da A11 e A3 fez-se em amena cavaqueira ao som da Sessentuna (Grupo de antigos Orfeonistas da Universidade do Porto).
Ponte de Lima, junto ao rio, foi o primeiro apeadeiro para um café. Houve ainda tempo para admirar a paisagem urbana ribeirinha, sob um sol radiante, antes de voltar ao autocarro. E, aí vão eles rumo a Viana do Castelo.
Pelo caminho, houve uma breve paragem para contemplar o magnífico Solar de Bertiandos. Trata-se de um imóvel cuja construção teve início no século XV e ganhou a sua forma e imponência atual no século XVIII.
Mas nada disto os fez perder o norte. Arrancaram e, num ápice, estavam em Viana – “o meu amor de algum dia” de Pedro Homem de Mello.
Foi então que, pela mão do Dr Abreu, professor jubilado da Universidade do Minho, passearam a Viana histórica, passo a passo, interpelando os edifícios mais eloquentes: mosteiros solares e outros, a maior part
e deles construídos entre os séculos XVII e XVIII. Ouviram falar das artes, costumes e crenças antigas. E notaram (os mais atentos!) que aquela obra hercúlea é fruto do esforço de um sem-número de homens e mulheres anónimos, humildes e crentes discretos.
Eles, os homens, faziam vida nas fainas do mar, no vaivém da pesca e do comércio do açúcar e do ouro brasileiros. Elas, as mulheres, nas canseiras domésticas, à espera deles, sem se alongarem da casa. Eis os insignes arquitectos da eternidade granítica da Viana histórica.
Depois de uma aula destas, o almoço era mais que merecido. Assim, o barco lançou âncora na Taberna do Valentim, que, por estranho que pareça, é um restaurante. Bem atendidos, aí digeriram o percurso da manhã e outros temas das suas vidas.
Estava ganho mais um dia. Mas, ensaiando a viagem de regresso, ainda fizeram uma parábola. Subiram a marginal, passaram Caminha e foram passear na feira de Vila Nova de Cerveira. A paragem foi curta. Volvida não mais de meia hora, correram para Felgueiras, em auto-estrada, onde chegaram pelas 6h30. Era o ponto final.
José Leite