sábado, dezembro 29, 2007

CONTO DE NATAL


A tia Antónia vivia só, na casa de pedra que herdara dos pais. Nela vivera anos felizes em companhia do marido e ali criaram os cinco filhos que Deus lhes dera. As paredes grossas protegiam-na da chuva e do vento, mas o telhado de telha vã deixava entrar o frio deste mês de Dezembro e se não fosse o lume morreria enregelada. Este era o seu maior receio, morrer de frio.
Os filhos havia muito que tinham deixado a aldeia, em busca de melhor vida, uns andavam por França e outros tinham ido para o Brasil, nos anos cinquenta, já o marido tinha falecido.
Os anos pesavam, já passara dos noventa, por isso desde que começaram as chuvas não saíra mais de casa. Tinha um desejo tão forte de ir à missa do galo na noite de consoada, que até andava apoquentada, por não encontrar maneira de o realizar. Já havia mais de três anos que não ia àquela missa.
A igreja era no outro extremo da aldeia e as pernas não ajudavam, sobretudo agora com aquelas artroses nos joelhos e a ciática que lhe apanhava a perna direita e as costas. Depois era o frio que repassava tudo, e se nevasse como diziam para aí, então é que nem pensar em sair de casa, mais a mais à noite.




Se ao menos um dos filhos viesse passar o Natal, ainda podia esperar que a levassem aquela missa, mas as cartas que mandaram não lhe davam qualquer esperança. – Se calhar vou morrer sem ir pela última vez à Missa do Galo – dizia baixinho.
Tinha feito umas filhóses e cozera o polvo com a tronchuda e batatas. 0 pote de ferro ainda estava a fumegar encostado ao cepo de carvalho, que crepitava na lareira. Estendeu a toalha de linho, pôs a mesa e encheu um sopito de vinho tinto para acompanhar as couves e o polvo com batatas. Mas antes rezou por todos os necessitados e pelos seus, pediu ao Menino Jesus que lhe trouxesse os filhos e os netos. Por fim que a ajudasse a ir à Missa do Galo.
Pareceu-lhe que ia dormitar, sentiu um enorme bem-estar, mas de repente viu o padre Caseiro virar-se para o povo e dizer"Dominus vobiscum" 'A Igreja estava cheia, estavam lá todos, bem agasalhados e ela nem sentia frio. Ouvia cantar o "Adeste Fideles", mas eram vozes tão lindas que não pareciam do coro da aldeia. Sentia-se tão quentinha e era tudo tão bonito que não lhe apeteceu acordar.
No dia de Natal, pela manhã, uma das vizinhas foi encontrar o seu corpo, já frio, sentada no seu banquinho, com a mesa posta, o lume acesso e os olhos fechados. A tia Antónia tinha ido à Missa do Galo e não lhe apeteceu voltar.


Felgueiras, 20 de Novembro de 2007

OCTÁVIO PEREIRA
RC FELGUEIRAS

sexta-feira, dezembro 28, 2007

DESAFIO PARA 2008

DESAFIO PARA 2008
Deste ano que vai chegando ao fim podemos, com certeza, fazer um balanço muito positivo.
De facto, as iniciativas marcantes que a USAF foi promovendo contribuíram para o enriquecimento daqueles que, não se tendo deixado abater pelo peso da idade, continuam a procurar aprender mais, partilhar mais, conviver mais… no fundo, somar qualidade de vida e alegria à sucessão de acontecimentos que fazem parte do seu viver.
Por isso mesmo se pode reconhecer que a ocupação lúdica e a convivência sadia são as grandes dinâmicas que tem presidido à concepção e à dinamização das actividades propostas, entre elas as aulas, os convívios e as visitas de estudo culturais. No fundo, algumas das melhores formas de se ocupar o possível vazio que resulta do esbatimento total da actividade profissional e da realização de se ter “os filhos criados e orientados”.
E melhor teria sido se mais pessoas tivessem abraçado este projecto de formação e de enriquecimento pessoal e social, pondo de lado o comodismo compreensível que resulta das rotinas diárias e ousando demonstrar que a “terceira idade” não é uma fase decrescente na história pessoal, mas antes um tempo de continuidade das experiências que nos realizam como pessoas.
Aliás, creio mesmo que este poderá ser o nosso grande desafio para 2008: aumentar o número daqueles que frequentam a Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras. Mas como o podemos realizar? Acima de tudo, tentando contagiar com a nossa satisfação os familiares e conhecidos que já terminaram a sua actividade profissional, em especial os que se reformaram há pouco tempo e se sentem confrontados com a necessidade de aproveitarem da melhor maneira o seu tempo livre (e que às vezes, paradoxalmente, parece ser em demasia). Complementarmente, desenvolvendo os esforços possíveis no sentido de estabelecer parcerias com outras instituições, que sem sombras de dúvida poderão ser uma mais-valia preciosa.
Para que sejamos mais, com tudo o que de bom isso representa em termos da partilha de experiências e de bem-querer. O que será, por certo, um desígnio para uma vida melhor.
Por último, na qualidade de Presidente da Associação de Estudantes da USAF, permito-me desejar a todos os alunos e professores um Bom Ano Novo, não esquecendo o Rotary Clube de Felgueiras, na pessoa do Sr. Octávio Pereira, bem como de outros dirigentes, cujo apoio tem sido imprescindível na continuação deste Projecto tão significativo para a Comunidade Felgueirense.

28 de Dezembro de 2007

João Silva

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Abertura solene da USAF do ano lectivo 2007/2008

Aspecto da Mesa:
Contra a tentação de quem quer desmotivá-la a Universidade Sénior de Felgueiras continua bem viva! E para amostra que assim é, basta referir a festa que ocorreu no dia 23 de Novembro, para celebrar a abertura solene do ano lectivo 2007/2008.
Assim, com toda a pompa e circunstância, as portas do Centro Pastoral João Paulo II, em Santa Quitéria, abriram-se às 17 horas, para dar início à sessão solene deste evento.
A cerimónia, bastante participada, pelo corpo docente, alunos e convidados da USAF, começou com as palavras de boas-vindas, proferidos pelo Director Executivo Sr. Octávio Pereira, que saudou, além dos participantes, a mesa, composta pelo Governador do Distrito Rotário dr. Henrique Maria Alves, pelo Director Pedagógico da USAF Professor Doutor Torres Moreira, pela presidente da Câmara dra. Fátima Felgueiras, pelo presidente do Rotary Club, dr. Ernesto Rodrigues e pelo presidente da Associação de Estudantes João Silva.
Usaram da palavra, entre outros, o presidente do Rotary, a presidente da Câmara, o Governador Rotário e uma representante da Universidade Sénior de Celorico de Basto, prof. Palmira Castro, terminando os discursos com a excelente lição de sapiência proferida pelo Director Pedagógico e professor da universidade de Vila Real (UTAD) doutor Torres Moreira. O tema abordado foi”Globalização e Cultura Portuguesa”.

Com a eloquência que lhe é peculiar, referiu a opinião de diversos autores sobre a globalização, clarificou as vantagens e desvantagens deste conceito, salientando a importância de se manter uma identidade nacional, regional e local. Apresentou uma brilhante retrospectiva de todo o processo, focando momentos históricos, exemplificativos da abertura aos países com os quais estabelecemos relações de cooperação. Terminou reforçando a ideia de manter “vivos” valores culturais, caracterizadores do passado e do presente, como forma de continuar a identidade do povo português.

Finda esta sessão solene, foi servido nas caves da quinta da Lixa um jantar, que culminou com a parte recreativa, abrilhantada por fados e guitarradas, declamações de poesia, danças de salão bem como a actuação da Tuna Académica da Universidade Lusíada do Porto, que foi transmitindo aos presentes a sua juventude e contagiante boa disposição, a qual se foi estendendo pela noite dentro.
Parabéns a todos, a USAF vai continuar…






Amélia Noronha

Magusto de S. Martinho

Há sempre uma razão para convívio na USAF, desta vez foram umas castanhas em vésperas de S. Martinho.

Esteve uma tarde amena de Outono que convidava ao encontro com os amigos ao ar livre, e foram muitos os que ali foram, à volta de cinquenta adultos.

As castanhas estavam bem assadas, descascavam-se facilmente e tinham o sal na medida certa. Na medida certa foram também os aperitivos e as bebidas que entremeavam as conversas animadas e as anedotas que, de quando em quando, faziam soltar solenes gargalhadas.

Toda a gente trabalhou para que o encontro fosse animado e não faltaram os bolinhos e outras especialidades que as alunas e professoras da USAF sabem preparar com muito carinho e esmero.

Os anfitriões desta vez foram a Dª Lucinda e o Sr. Carvalho, que tiveram trabalho redobrado e muita simpatia para com todos, deixamos aqui o agradecimento de toda a USAF.

Sabemos que alguns não puderam participar, por diversas razões, mas para aqueles que estavam adoentados enviamos um abraço muito amigo.

Este é o mérito da USAF, proporcionar convívio e alegria a todos para que a vida seja agradável e haja mais amigos.


Octávio Pereira

quinta-feira, novembro 22, 2007

Abertura Solene do Ano Lectivo 2007/8

USAF- UNIVERSIDADE SENIOR E DO AUTODIDACTA DE FELGUEIRAS
Uma Obra do Rotary Club de Felgueiras

Abertura Solene do Ano Lectivo 2007/8

PROGRAMA

17.30 Recepção dos convidados

17.45 Boas vindas- pelo protocolo e saudação às bandeiras

17.50 Intervenção Presidente do Rotary Club de Felgueiras

18.00 Representantes das Universidades Guimarães, e Vizela ( outras visitantes)

18.10 Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras

18.20 Palestrante (Oração de sapiência)

18.45 Governador Eleito do Distrito Rotário 1970 Henrique Maria Alves

19.00 Encerramento da Sessão — Presidente do Rotary Club de Felgueiras

19. 10 Saída para as Caves da Quinta da Lixa

terça-feira, novembro 20, 2007

USAF reinicia Actividades

USAF reinicia Actividades
A abertura solene do ano lectivo da Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras está agendada para o próximo dia 23, pelas 17 horas, no auditório da Confraria de Santa Quitéria.

Na ocasião será proferida uma "Lição de Sapiência" por um professor universitário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a cerimónia contará com a presença do Governador de Rotary, da presidente da autarquia e de instituições locais. Seguir-se-á um convívio entre os membros da USAF, convidados e família rotária nas Caves da Quinta da Lixa.

As actividades lectivas da USAF iniciaram-se no dia 8 de Outubro de 2007, nas instalações do Rotary (junto à Rádio Felgueiras). Podem ser frequentadas as seguintes actividades: Artes Decorativas, Ioga, Inglês, Direito, Saúde, História Universal, Problemáticas do Mundo Contemporâneo, Novas Tecnologias, Psicologia/Filosofia e Literatura e Cultura PortuguesaAs aulas funcionam de segunda a sexta, das 14h30 às 19 horas e todos os interessados em as frequentar podem inscrever-se.As actividades destinam-se a todos os interessados, principalmente os que já terminaram a sua actividade profissional normal, sem discriminação de qualquer índole económica, cultural ou social.

Os objectivos das universidades séniores passam pela quabra de isolamento, pelo fomento de convívio e amizade entre aqueles que têm mais tempo livre.
in Semanário de Felgueiras, nº 841 de 16 de Novembro de 2007

terça-feira, novembro 06, 2007

Salvador Superstar

Salvador Superstar

Vinte e sete de Outubro foi um dia muito especial para os alunos e professores da USAF. De manhã, o sol a subir no horizonte e a temperatura em curva ascendente convidavam a sair.
Não eram ainda catorze horas, já o grupo partia rumo ao Porto para assistir a dois excepcionais espectáculos.
Pelas quinze horas, no palácio do Freixo, teve lugar a visita a uma magnífica exposição de pintura de Salvador Dali. Tivemos então o ensejo de fruir a arte do génio catalão, do surrealismo ao impressionismo, ao longo do século XX. Para quem não conhecia o cenário, um solar do século XVIII com a chancela de Nicolau Nasoni, o interesse do evento dobrou.
Terminada a visita, todos convergimos para o autocarro. Levantada a âncora, seguimos o Douro pela margem direita, espraiando o olhar naquelas águas mansas com salpicos de prata, sob os raios dourados de um Outono estival. Beleza efémera.
Num ápice, estávamos no centro da Cidade com os Paços do Concelho à nossa frente e escoltados pelo olhar discreto de D. Pedro IV, O Libertador, do alto da sua estátua equestre. Ancorámos então. Ainda tivemos tempo para lanchar em amena cavaqueira. Seguimos depois para o Rivoli, a dois passos, e tomámos o lugar para o Jesus Chrit Superstar. Trata-se de um musical de Filipe La Féria, inspirado no filme homónimo. Foram duas horas magníficas, das dezassete às dezanove, com a assistência, emocionada, a premiar os actores com aturadas salvas de palmas no fim de cada canção.
O regresso a Felgueiras fez-se noite adentro. No autocarro, as expressões que se trocavam só podiam ser de contentamento ao fim de uma tarde em grupo, bem vivida e com uma organização impecável.

Por José Leite

sexta-feira, setembro 28, 2007

A V I S O

U S A F

Informam-se todos os interessados que as actividades lectivas da USAF iniciam-se no próximo dia 8 de Outubro de 2007, pelas 14h30, nas instalações do Rotary (junto à Rádio Felgueiras).


Mais se informa que:

Estão abertas as inscrições para a frequência do Ano Lectivo 2007/2008 nas seguintes actividades:

> Artes Decorativas
> Ioga
> Inglês
> Direito
> Saúde
> História Universal

> Problemáticas do Mundo Contemporâneo
> Novas Tecnologias
> Psicologia/Filosofia
> Literatura e Cultura Portuguesa

É obrigatório frequentar pelo menos três áreas

Destinatários: Todos os interessados, principalmente os que já terminaram a sua actividade profissional normal, sem discriminação de qualquer índole económica, cultural ou social.

Objectivos: Evitar o isolamento, a auto marginalização, promovendo a aquisição, troca actualização de conhecimentos, bem como uma certa actividade intelectual, cultural e social, em suma, proporcionar a todos uma melhor qualidade de vida.

Inscrições: Telm. 967 562 143 (João Silva)
966 521 904 (Lucinda Carvalho)

www.usafelgueiras.blogspot.com

Universidades Seniores:

Um combate à exclusão social


Milhares de pessoas realizam diariamente o sonho de regressar à escola nas quase noventa universidades seniores existentes no nosso país.

Têm ‘universidade’ no nome, mas são bem diferentes das tradicionais instituições de ensino superior como as conhecemos. Para entrar na ‘Universidade Sénior’ não é preciso cumprir provas nacionais, nem é exigida nota de candidatura. Vontade de aprender é o principal requisito. Cerca de 15 mil “alunos” frequentam estas instituições, onde as únicas condições de acesso são ter mais de 50 anos e «vontade de conviver».

Com “propinas” que rondam os 15 euros, nestas universidades não há notas nem exames, e as mais formais possuem, já, o seu próprio traje e, até, dia da recepção ao caloiro. Ninguém é chumbado mas também ninguém passa com distinção. Há sim, o reconhecimento da participação e da frequência. Nesse sentido, tudo é levado muito a sério. Hoje, está provado que um cérebro exercitado mantém a memória ao longo dos anos.

O principal objectivo é combater a exclusão social. Por isso servem para as pessoas saírem de casa e, até, fazerem coisas que nunca tinham feito ou imaginado, sequer, fazer. A sua principal função é incentivar a participação dos seniores em actividades culturais, de cidadania, ensino e lazer, e servem também para divulgar a história, as tradições, as artes…

Na USAF (Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras – a funcionar nas instalações dos Rotários, junto à Rádio) o corpo docente, todo voluntário, quase sempre mais novo que os próprios alunos, ministra as seguintes disciplinas: Língua Inglesa, Problemáticas do Mundo Contemporâneo, Novas Tecnologias, Literatura e Cultura Portuguesa, Filosofia, Psicologia, Saúde, História, Artes Decorativas, Direito, Yoga, etc.

As experiências e as vivências que estas “aulas” propiciam são reciprocamente enriquecedoras e geram um convívio intergeracional extremamente profícuo.

As aulas funcionam de segunda a sexta, das 14h30 às 19 horas e todos os interessados em as frequentar podem inscrever-se.

Nestas universidades a maioria dos alunos ronda os 65 anos, têm apenas o nono ano e três em cada quatro são mulheres. Há alunos com apenas a quarta classe, outros com o sexto ano. Mas também há um grupo de cerca de quinze por cento que têm licenciaturas. O convívio e a alegria de voltar aos bancos da escola são comuns a todos.

As universidades seniores vieram para ficar. Sem fins lucrativos, conheceram na viragem do século um «boom». «Antes de 2001 existiam apenas 18 universidades, hoje são cerca de noventa» segundo explicou Luís Jacob, coordenador da Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS), em declarações ao semanário Tal & Qual.

J Santos Pinho

segunda-feira, setembro 03, 2007

Teste seu vocabulário

Ter um rico e expressivo vocabulário é o desejo de todos, entretanto poucos são os que se dedicam a cultivá-lo. Atualmente, os veículos de comunicação de massa possibilitam a qualquer indivíduo entrar em contato com as novas expressões, as quais enriquecerão o vocabulário e acrescentarão pontos positivos à cultura.

clique abaixo

quinta-feira, julho 05, 2007

ALZHEIMER

LER PARA EVITAR ALZHEIMER

Num artigo da revista da Academia americana de Neurologia, mostra-se que quanto mais os idosos praticam actividades mentalmente estimulantes - como ler jornais ou jogar xadrez - menor é o risco de virem a sofrer da doença de Alzheimer.
O estudo baseou-se na análise de testes cognitivos a mais de 700 pessoas, com cerca de 80 anos, durante cinco anos.

Visão nº747

sábado, junho 23, 2007

Passeio a Braga

Passeio em 30 de Maio de 2007 –BRAGA


Como as férias vão ser grandes

adoramos a farra,

No último dia de aulas

Decidimos ir a Braga.


Cinco minutos de atraso


P'ro carro estacionar


Parece que foi por pouco


Que em terra íamos ficar.


Temíamos a chuva e o frio

Mas o tempo melhorou

lá rumamos contentes


o S.Pedro ajudou


.

A caminho do destino


Como já é habitual,


O senhor Silva falou,


De Braga e seu Historial.



Já perto do Bom Jesus

Parámos para decidir

Qual o meio de transporte

Em que iríamos subir.


As que tinham melhores pernas


Que em Guimarães não ficaram


P'ra fazer cabos de facas,


Quiseram subir a pé


E de elevador, as mais fracas.




Enquanto umas esperavam

Pelas que subiam a pé,

Outras foram ver as vistas

Do Hotel e tomar café.


Após se juntar o grupo


Perto da gruta que havia,


Várias máquinas apostas


P'ra tirar fotografia.




E ao chegar ao Santuário

Já vai mais fotografia,

Toca a arranjar posição

Ao longo da escadaria.


Uma máquina, outra máquina,


Demorou mais um pouquinho


Pois das mãos do professor


Não saía o passarinho.


Entrámos no Santuário

Com bela decoração

E à Senhora do Sameiro

Fizemos nossa Oração.


Há um auditório novo


E há o antigo conservado


Quer por dentro, quer por fora


Tudo muito bem tratado.




Já de novo na cidade

O grupo se dispersou

Às compras ou a ver montras

E sem combinarem nada

Rumou tudo à Lusitana

E depressa se encontrou.


Qual era a especialidade


Afinal todas sabiam


E sem pensarem em dietas


Às "Tíbias" não resistiram.


Depois vem outro episódio

Que algumas fez confusão

Que raio de "frigideiras"

É que elas querem comprar?

Será que não têm em casa

As sertãs para fritar

O bife para o jantar?


De novo no autocarro


Há risota e brincadeiras

E com boa disposição

Lá voltamos p'ra Felgueiras.



Caminhos do verde Minho

Tão frondoso e verdejante

Deram certa nostalgia

De um passado já distante.


É este o resumo e a história


Mesmo sem ser bem contada


Do que pensamos que foi


Uma tarde bem passada.


Maria Carolina

quinta-feira, junho 21, 2007

5ª Exposição Avós e Netos - Participação da USAF

Participação da USAF – Universidade Sénior de Felgueiras – no certame “5ª Exposição Avós E Netos”.

A Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras organizou uma edição da exposição “Avós e Netos”, na Praça da Comunidade Lusíada, desta cidade, durante os dias 10, 11 e 12 de Maio de 2007, que reuniu várias instituições de Solidariedade Social do concelho. A exposição foi feita em “barraquinhas” previamente preparadas para o efeito.

O trabalho foi desenvolvido pelos utentes das diversas instituições.

A USAF, por seu lado, teve uma participação muito activa, mostrando alguns dos trabalhos realizados pelos seus alunos e por alguns professores.

A exposição da USAF foi muito visitada e apreciada com pedidos de esclarecimentos pelos seus visitantes.


João Silva

III ENCONTRO NACIONAL

III ENCONTRO NACIONAL DE UNIVERSIDADES SÉNIORES FUNDADAS PELOS CLUBES ROTÁRIOS


Dia 5 de Maio de 2007, a USAF, fez-se representar num encontro de Universidades Séniores fundadas pelos Clubes Rotários, que este ano foi realizado em Bragança.
Por isso, bem cedo, ao despertar do dia, que se revestia com uma roupagem radiosa e perspectivas de calor, saímos de Felgueiras, em autocarro, com um grupo de 25 elementos entre professores e alunos, e dirigimo-nos para aquela cidade transmontana.
Fomos recebidos no belo Teatro Municipal, pela equipa organizadora da Universidade Sénior de Bragança, que nos esperava com a hospitalidade tão peculiar dos transmontanos, oferecendo-nos um saco que continha uma pasta com um bloco de folhas e caneta para apontamentos. Além disto, vinha também o respectivo programa do encontro, um diploma de participação, revistas alusivas à cidade e dois frasquinhos com mel e compotas da região.
O grande auditório deste teatro estava repleto de participantes de Bragança, Chaves, Felgueiras, Matosinhos, Viseu e Tondela, e a abertura solene fez-se com um espectáculo maravilhoso, em que a Orquestra Sinfónica “Esproanto”, nos deliciou com algumas peças musicais do seu repertório.
Foi um encanto, um sonho inebriante, que nos transportou a um mundo de fantasia! Foi uma doçura! Gostamos!
Seguiu-se uma calorosa sessão de boas-vindas e tomou a palavra o Presidente da Câmara Municipal, o Presidente do Rotary Clube de Bragança, o Governador do Distrito Rotário 1970 e a Directora da Universidade Sénior de Bragança.
Ouvimos também o eloquente Professor Geólogo Doutor Carlos Patrício da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que fez uma conferência subordinada ao tema “Mapas Mensais” – “As Diferentes Percepções Do Espaço Transmontano”, que nos deixou boquiabertos pela magnificência do discurso, a par duma singeleza de comunicação.
Após um pequeno intervalo, seguiu-se a apresentação de vivências e projectos das instituições académicas ali representadas.
Finda a parte solene, fomos encaminhados para a cantina do Instituto Politécnico de Bragança, onde nos foi servido o almoço, num convívio fraterno de grande dimensão, precedido por um grupo de Gaiteiros do Conservatório Musical da cidade.
De tarde, não faltou a sessão cultural, com a actuação dos “Caretos de Salsa”; com uma pequena peça intitulada “O puzzle”; “Chuva de Ideias”, pela USAB (Universidade Sénior de Bragança), “Canto Alegre” pela USAF de Chaves; a Tuna da USAV de Viseu com alguns temas exibidos.
Depois de um curto intervalo, actuou de novo, a Tuna Académica da Universidade de Bragança que nos ofereceu um momento de fados e guitarradas cantados brilhantemente por dois antigos alunos da Universidade de Coimbra. Foi lindo!
O grupo coral de Viseu voltou ao palco, muito bem trajados, vestidos com as cores da sua Academia (azul e laranja), finalizando Bragança com o seu grupo coral que pôs toda a plateia em movimento, com uma hilariante paródia.
Encerrou-se o encontro com os agradecimentos e palavras elogiosas a todas as Universidades participantes.
Após o jantar, servido num bom restaurante da cidade, onde também se encontrava o grupo organizador do encontro, fomos dar uma volta de autocarro para conhecer a cidade que é bonita, airosa e limpa e no fim fomos a uma feira de artesanato que ali se realizava onde actuava um animado rancho folclórico.
Regressamos ao hotel, um complexo novo de 4 estrelas – Hotel de Turismo de S. Lázaro, onde pernoitámos. Ali, à noite, tivemos a oportunidade de assistir a uma sessão de tangos argentinos, onde se exibiam alunos de uma escola de dança local, acompanhados por um par argentino, seus professores.
Aproveitando o encontro passamos por algumas localidades de Trás-os-Montes, começando por Miranda do Douro. Como o acesso a esta interessante cidade é difícil, fizemos o percurso por terras espanholas. Já na cidade, apreciámos a Sé, as suas antigas ruas estreitinhas, a panorâmica que se avistava sobre o Rio Douro, os restos duma antiga muralha, etc.
Daqui deslocamo-nos para Mogadouro, apreciando uma paisagem bucólica, com grandes veigas e demos um salto a Ventosela para visitar a antiga capela da Senhora da Boa Morte, com imagens invulgares.
Fomos almoçar ao restaurante a “Lareira” para saborearmos a tradicional posta à mirandesa.
Seguimos pela sinuosa estrada que nos levou a Macedo de Cavaleiros, onde paramos para um pequeno repouso. Aqui, apanhamos a via rápida IP4 até Vila Real, para lancharmos na pastelaria Gomes, mas porque era “Dia da Mãe” estava quase tudo fechado e as que se conservavam abertas tinham o recheio esgotado! Foi a maneira de deixarmos mais depressa Vila Real e regressarmos a Felgueiras, trazendo na mente a linda paisagem transmontana, tão diversificada no seu aspecto orográfico, com novos conhecimentos, quer a nível pessoal, quer a nível cultural, pois cá se diz:

“Aprender até morrer”…



Amélia Noronha

U. S. A. F. - TERMINA O ANO LECTIVO EM FESTA

No dia 25 de Maio, pelas 18 horas, alunos e professores da USAF reuniram-se na Biblioteca Municipal, para solenemente fazerem a abertura da habitual exposição dos trabalhos realizados pelas alunas de Artes Decorativas durante o ano lectivo 2006/2007.

Estiveram presentes neste acto inaugural a senhora Presidente da Câmara, o senhor vereador do Pelouro da Cultura, o senhor Presidente do Rotary Club de Felgueiras, os alunos da U.S.A.F e outros convidados.

Neste acto solene, foi destacada a beleza dos trabalhos realizados pelas alunas, bem como a importância da USAF para o desenvolvimento cultural do concelho e, de uma maneira especial, para os mais idosos.

Terminado este acto, com um Porto de Honra, dirigimo-nos, por volta das 20 horas, à Casa do Sobrado, em Pombeiro onde foi servido um jantar.

Durante o repasto, o Rotary Club de Felgueiras atribuiu o título de sócio Honorário aos seguintes professores da USAF:


Gaspar Martins / Psicologia,
José Carlos Neves / Literatura
J Santos Pinho / Problemáticas do Mundo Contemporâneo
Elisabete Amorim / Saúde
Fátima Carvalho / Saúde


No decorrer do jantar, usaram da palavra:


O representante dos alunos João Silva,
O vice-presidente do Conselho Académico Dr. Joaquim Pinho,
O Past Governador Rotário Manuel Cepeda,
O presidente do Rotary de Felgueiras, João Sousa, bem como
O director da USAF Octávio Pereira.


Findas estas intervenções fomos surpreendidos com uma noite de fados animada pelo Dr. Ernesto Rodrigues, acompanhado pelos irmãos Amorim.

Foi uma noite animada, onde a hora da despedida deste ano teve um sabor diferente, pois a boa disposição imperou e a alegria esteve patente no rosto de todos.


Fernanda Mendes

segunda-feira, maio 14, 2007

Visita aos Picos de Europa

Visita aos Picos de Europa

(Alunos e Professores da USAF)

Dias 25, 26, 27 e 28 de Abril de 2007 – Espanha

Picos de Europa. O que são?

Os Picos de Europa receberam este nome, da boca dos marinheiros, para quem constituíam os o primeiro sinal da terra pátria e situam-se na Cordilheira Cantábrica, a leste do Maciço Galaico e a nordeste dos Montes de León, com picos superiores a 2.500 metros.

O espectacular Maciço dos Picos de Europa ergue-se na fronteira entre as Astúrias e a Cantábria. Mas os Picos de Europa abrangem parte das terras leonesas, parte das Astúrias e parte da Cantábria.

Os Picos de Europa integram o conjunto mais espectacular da Península Ibérica e um dos mais privilegiados espaços naturais, o Parque Nacional de los Picos de Europa.

Os Picos de Europa distribuem-se por três Maciços: o maciço ocidental ou Cornión, o maciço central ou Los Urrieles e o maciço oriental ou Andara. Sob o ponto de vista geológico, a sua abrupta orografia calcária é jovem, porque as forças terrestres ergueram esta muralha rochosa há 300 milhões de anos, a partir do fundo de um antigo mar.

Os perfis montanhosos oferecem grandes desníveis orográficos e estendem-se paralelamente à Costa Cantábrica da qual distam apenas 25 km.

Nos seus profundos vales, apertados em torno de rios que correm apressadamente para o mar, nas suas eriçadas cumeadas e na densa fisionomia dos seus bosques e prados verdejantes, esconde – se tanta vida natural que os converte num lugar único e com uma riqueza ecológica que é dos maiores de toda a Espanha.

Nesta região rural, as artes caseiras são mantidas vivas em aldeias situadas nos remotos vales de montanhas e na base das colinas arborizadas. Há muitas povoações e igrejas antigas e as costas têm bonitos portos de pesca. As pinturas rupestres, em grutas como as de Altamira, foram feitas por povos que ali viviam há mais de 10.000 anos.

Os muçulmanos não manifestaram grande interesse por estas terras desconhecidas e de difícil conquista.

Quando tentaram apoderar-se delas, a resistência veio de territórios asturianos, sob a chefia de Pelágio (Pelayo), o guerreiro visigodo, que derrotou os mouros em 722, na célebre batalha de Covadonga, onde fica o santuário de “Nuestra Señora de Covadonga”.

1º Dia de Visita – 25 de Abril

Após uma curta paragem em Chaves, prosseguimos com destino a Puebla de Sanabria, onde almoçámos no restaurante La Casona.

Puebla de Sanabria é uma antiga e bonita vila que fica por detrás da Sierra de la Culebra, coberta de carvalhos e giestas. Uma íngreme rua empedrada faz-nos passar por casas de pedra e xisto com enormes beirais pendentes e paredes com brasões, até uma igreja e um castelo.

A vila tornou-se no centro de uma estância de férias baseada em volta do maior lago glaciar da Espanha: o Lago de Sanabria, agora uma reserva natural.

Pausa Cultural em León e visita histórico-monumental da cidade

Fundada como campo para a Sétima Legião Romana, León tornou-se na capital de um reino na Idade Média, tendo desempenhado papel importante nos primeiros anos da reconquista cristã.

O edifício mais importante da cidade – para além da sua grande Catedral, é a Colegiata de San Isidoro, construída nas muralhas romanas que rodeiam a cidade.

Uma entrada separada dá acesso ao Panteón Real romântico, lugar de descanso de 20 monarcas, decorado com capitéis esculpidos e frescos do século XII que ilustram uma variedade de temas bíblicos e míticos, bem como cenas da vida medieval.

As ruelas do pitoresco bairro antigo em volta da Plaza Mayor estão repletas de bares e cafés de decrépitas mansões e igrejas. Há dois palácios bem preservados perto da Plaza de Santo Domingo: a Casa de los Guzmanes, com o seu elegante pátio renascentista com arcadas, e a Casa de Botines, uma muito sóbria obra de Antoni Gaudí, que agora é um banco.

Catedral de León

Os mestres construtores desta catedral gótica espanhola inspiraram-se nas abóbadas e contrafortes franceses.

A estrutura de calcário dourado, construída no local do palácio do século X do rei Ordoño II foi iniciada em meados do século XIII e completada menos de 100 anos depois.

A sua nave elegante, mas muito alta, combina com enormes painéis de vitrais, que são a sua característica mais importante.

Apesar de ter sobrevivido 700 anos, causa preocupações devido à poluição do ar que está a atacar a pedra.

O Plano do edifício é uma cruz latina. A nave é estreita e comprida, medindo 90m por 40m no ponto mais largo.

A Virgem Blanca é uma escultura gótica da Virgem a sorrir. A original encontra-se guardada numa capela do interior, enquanto na entrada ocidental, encontramos uma cópia.

A Rosácea ocidental, com oito metros de diâmetro, data do século XIII e é uma das mais antigas da Catedral.

A maior glória da Catedral de León, são os magníficos vitrais, os quais cobrem uma área total de 1800 m2, e são a principal atracção da Catedral.

Após o jantar, e porque o tempo estava húmido, ninguém quis visitar as “Bodegas” típicas no “Bairro Húmido”.

Assim, recolhemos aos quartos no Hotel Luis de León, pois já se notava algum cansaço.

2º Dia de Visita – 26 de Abril – Partida com destino a Oviedo

Oviedo é uma cidade universitária e capital cultural e comercial das Astúrias. Situa-se num local elevado, numa planície fértil.

Dados geográficos:

O concelho de Oviedo está situado na zona central das Astúrias, entre os rios Nalón e Nora. Está situado a 30 Km da Costa e cerca de 60 Km da Cordilheira Cantábrica.

O clima é temperado e muito agradável, com Invernos suaves e Verões frescos. A temperatura média é de 13,8 ºC.

A população total ronda as 210 000 pessoas que se distribui por uma superfície de 185,14 Km2.

Oviedo é hoje uma cidade moderna, cuja população vive essencialmente de serviços.

Em Oviedo e à sua volta, encontram-se muitos edifícios pré-românicos. O estilo floresceu nos séculos VII a X, mas manteve-se a uma pequena área do reino das Astúrias, um dos poucos enclaves espanhóis não invadidos pelos Mouros.

O núcleo da cidade medieval é a imponente Plaza Alfonso III, rodeada por belos palácios. É nessa praça que se encontra uma catedral do gótico flamejante, com uma alta torre e uma fachada ocidental assimétrica. Nesta magnifica catedral do séc XlV encontra-se a cruz que em 718 Pelágio, primeiro rei das Astúrias, levou para a batalha de Covadonga. Esta batalha comemora o início da reconquista da Península aos Mouros. No interior estão túmulos de reis Asturianos e um majestoso retábulo do século XVI. O supremo tesouro da Catedral é a Câmara Santa, uma capela do século IX, restaurada, que contém expressivas estátuas de Cristo e dos Apóstolos. A Capela também abriga muitas obras sumptuosas da arte Asturiana do século IX, incluindo duas cruzes e um relicário de ouro, prata e pedras preciosas.

O impulso dado por Alfonso II à Catedral representou a vontade política do rei em converter a cidade, não só em capital do reino das Astúrias, mas também, num grande Santuário da Cristandade. O templo, dedicado a El Salvador, foi dotado de inúmeras relíquias num lugar destacado na rota ou Caminho de Santiago.

Uma antiga cópia medieval recorda: “Quien va a Santiago y no va a El Salvador, visita al vasallo y no al Señor”.

Oviedo tem ainda outros monumentos notáveis, de variado estilo arquitectónico, como o antigo edifício da Universidade de Oviedo, os palácios de Valdecarzana, Campo-sagrado ou o antigo Convento de S. Vicente, bem como as célebres esculturas por toda a cidade que exaltam a memória, as tradições e as ilusões dos cidadãos.

Oviedo é uma cidade de marcado carácter cultural. Conta com dois teatros públicos: El Teatro Campoamor, sede da entrega dos Prémios Príncipe de Astúrias e o Teatro Filarmónica.

Durante todo o ano há manifestações culturais, literárias, musicais e outras, fomentadas tanto por entidades públicas como privadas.

CANGAS DE ONIS

Após o almoço, em Oviedo, seguimos viagem para Cangas de Onis, uma das entradas para os Picos de Europa. Foi aqui que Pelágio (Pelayo), nobre visigodo do século VIII e primeiro herói da reconquista, instalou a sua corte. A cidade tem uma graciosa ponte românica e a Capela de Santa Cruz, do século XV, edificada sobre um dólmen.

A cerca de 5 km para leste, fica a Cueva del Buxo, com desenhos e gravuras rupestres, com mais de 10 000 anos. Por dia, só 25 visitantes, em grupos de 5 podem ver as grutas, sendo já longa a lista de espera. Por tal motivo, não a pudemos visitar.

COVADONGA

Prosseguimos viagem rumo a Covadonga, já dentro do Parque Nacional de Los Picos de Europa.

Nalgumas zonas, os profundos desfiladeiros cortam as rochas abruptamente, enquanto noutras se vêem vales verdejantes repletos de pomares. Nesta região se produz e comercializa a cidra, bebida pouco alcoólica, proveniente da maça.

A protecção destas montanhas teve o seu início em 1918, quando o rei Afonso XIII classificou o primeiro parque nacional espanhol, ao qual chamou “Parque da Montanha de Covadonga” que, deste modo, se converteu num dos espaços naturais protegidos, pioneiros em todo o mundo.

Em 1995, a sua zona protegida foi ampliada, atingindo os actuais 64 660 hectares – 24 719 em León, 15 331 em Cantábria e 24 560 em Astúrias – e denominando-se agora “ Parque Nacional dos Picos de Europa”.

Na estrada que vai para os lagos, fica o Santuário de “Nuestra Señora de Covadonga”, um sítio que, além do seu ambiente mágico, nos oferece uma notável beleza natural.

A imagem da Virgem de Covadonga acha-se numa concavidade da própria rocha, sob a qual brota o rio Auseba.

A “Santina” de Covadonga é um símbolo Asturiano dotado de um intenso componente religioso e atrai milhares de devotos, todos os anos, no dia 8 de Setembro.

A Basílica de Covadonga é de estilo neo-românico construída entre 1886 e 1901, erguida no local da histórica vitória de Pelágio. Diz a lenda que, em 722, Pelágio e um reduzido grupo de homens derrotaram um grande exército mouro. A vitória inspirou os Cristãos do Norte de Espanha a reconquistarem a Península.

ARENAS DE CABRALES

Alguns quilómetros mais adiante, parámos em Arenas de Cabrales, para uma curta visita e compra de alguns “Recuerdos” e “Regalos”, como queijos e artesanato. È neste concelho que se fabrica o famoso queijo de Cabrales, um dos mais conhecidos em todo mundo. Continua a ser elaborado de maneira artesanal e curado em grutas naturais da montanha durante um período de pelo menos três meses, cuja temperatura e humidade desenvolve bolores que lhe dão um aroma e sabor inconfundível. Seguidamente prosseguimos até La Franca, onde jantámos e pernoitámos no Hotel Mirador de La Franca, frente à Playa Maravilla del Cantábrico.

Esta praia é uma das mais belas da Costa Cantábrica com o suave clima do Oriente das Astúrias. Aqui pode desfrutar-se de uma estância prazenteira, além de praticar desportos marítimos e pesca de truta e salmão, bem como visitas a monumentos pré-históricos e excursões pelos Picos de Europa.

3º Dia de Visita – 27 de Abril

Saindo de La Franca, subimos junto ao rio Deva, próximo da povoação de Helgueras, passámos por Panes e continuamos a subir junto ao desfiladeiro da Hermida, sempre junto ao rio Deva. Passámos por Potes, uma pequena cidade antiga, com casas velhas de varandas típicas, junto ao rio no largo do Vale ou Veiga de Liébana. Prosseguimos até Fuente Dé, no Maciço Central dos Picos de Europa. Aqui o desafio era subir de teleférico a um planalto rochoso, uma subida íngreme de 900 metros, de onde se obtém um panorama espectacular sobre os picos e vales. Um desafio que quase todos venceram com muita coragem e determinação e alguma adrenalina. O que dali se contemplava,... Só visto!

Visitámos ainda o Mosteiro de Santo Toríbio de Liébana, considerado um dos templos mais antigos, do Vale de Liébana, do século VI, segundo documentação existente.

No templo, custodiaram-se os restos de Santo Toríbio de Astorga e a sagrada relíquia trazida da Terra Santa por este. É o maior pedaço de madeira que se conserva da Santa Cruz. O relicário que contém o fragmento da Santa Cruz é delicadamente lavrado e constitui um belo exemplar da ourivesaria do século XIV.

Após a missa, foi dado a beijar a todos os presentes e visitantes que o desejaram.

No final das cerimónias, o frade franciscano que presidiu à Missa, fez-nos uma breve explicação deste Templo.

Uma Bula do Papa Júlio II instituiu o “Ano Santo Lebaniego” em 1512. Tal privilégio coloca o Mosteiro entre os quatro lugares santos do Cristianismo.

O período jubilar é anual e é Ano Santo, quando a festa do Santo, 16 de Abril, coincide com um Domingo.

Em Potes, depois do almoço, houve ainda tempo para visitar as lojas de artesanato e a Torre del Infantado. Esta é uma casa-torre construída com fins estratégicos e militares no século XV; Hoje, é a actual sede da Câmara Municipal.

SANTILLANA DEL MAR

Continuando a nossa viagem, seguimos rumo a Santillana del Mar, uma das cidades mais bonitas da Espanha, que, apesar do nome, não fica junto ao mar.

O seu conjunto de casas de pedra douradas, dos séculos XV e XVII, sobreviveu intacto, apesar dos muitos turistas e das muitas lojas de recordações.

A cidade cresceu à volta do Mosteiro Românico La Colegiata, que foi um importante centro de peregrinação.

Nas duas ruas principais, empedradas, há casa construídas pelos Nobres locais com belas galerias de madeira ou varandas de ferro forjado e brasões de armas nas fachadas de pedra.

Seguidamente dirigimo-nos em direcção à linda cidade de Santander, situada junto ao mar Cantábrico, onde pernoitamos no magnífico Hotel Santemar.A cerca de 25 Km de sudoeste desta cidade, situam-se as célebres grutas de Altamira com pinturas rupestres datadas de há 13.000 a 20.000 anos.

4º Dia de Visita – 28 de Abril

No fim de um bom jantar no hotel Santander, com tempo fresco, mas agradável, fizemos um pequeno passeio pela cidade, junto ao mar.

Por falta de tempo, não visitamos a cidade, nem os seus pontos mais interessantes.

Da Santander Monumental, valeria a pena visitar o Banco de Santander, símbolo da importância da cidade, para o desenvolvimento da banca espanhola. Mas também o conjunto monumental composto pela Igreja de Cristo e a Catedral de Santander.

Dignos de visita são ainda o Museu Municipal de Belas Artes e a Casa-Museu e Biblioteca de Menéndez Pelayo.

Ficará para uma próxima oportunidade, que, de todo, se justifica. Moderna e cosmopolita, Santander, capital da Cantábria, desfruta de um enquadramento privilegiado. Situada numa das Baías consideradas mais bonitas do mundo, Santander combina, na perfeição, a montanha e o mar, a partir de qualquer dos seus inúmeros miradouros.

O centro da cidade é moderno e foi reconstruído após um incêndio em 1941.

O subúrbio de El Sardinero, a Norte, é uma estância balnear elegante com uma bonita praia rodeada por jardins, cafés e um majestoso casino branco. Local de cultura, El Sardinero abriga um grande festival de teatro e música em Julho e Agosto.

Aqui fica a sugestão para um regresso oportuno.

Este último dia estava reservado apenas ao regresso a Portugal. Assim, iniciámos a viagem de regresso em direcção a Palencia. Rapidamente deixámos para trás a paisagem montanhosa, ainda coberta de neve, e entramos na paisagem de planície, com muitos verdes.

Na província de Palencia, sobretudo a sudeste, predomina a Tierra de Campos, enorme planície cerealífera conhecida na antiguidade com o nome de Campos Góticos. Justifica-se a visita aos Castelos de Palencia, pelo seu valor histórico, embora este património seja pouco conhecido e explorado, mesmo entre os espanhóis. Chegados a Palencia, era hora de almoçar e prosseguir a viagem até Vilar Formoso, Porto e Felgueiras.

2007-05-10

Dr. Gaspar Martins

João Silva