quarta-feira, setembro 30, 2009

ABERTURA DO ANO LECTIVO 2009/10

A USAF abre inscrições para novos alunos


A USAF- Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras abriu as inscrições para o ano escolar que terá inicio em breve.
As actividades da USAF destinam-se a todas as pessoas de maior idade principalmente aquelas que já terminaram a sua actividade profissional normal e que desejem continuar a ter uma certa actividade fisica, intelectual, cultural, social e cívica.
Para além das áreas temáticas, já desenvolvidas em anos anteriores, como as Artes Decorativas, História, Problemáticas do Mundo Contemporâneo, Novas Tecnologias, Psicologia/Filosofia, Literatura e Cultura Portuguesa, Direito/Economia, Inglês e Saúde, será implementada uma nova cadeira – Música – para responder às muitas solicitações que se têm registado.
A nova valência, Música, terá módulos de Teoria e Prática.
As inscrições decorrerão durante todo o actual mês de Outubro através dos telefones 255 922 729, 967 562 143 (João Silva) ou 966 521 904 (Lucinda Carvalho), ou na sede da USAF, na Rua de Dr. Basílio Ribeiro Leite de Vasconcelos, 309, 1º Direito, em Felgueiras.
Segundo informações que obtivemos do Dr. António Gaspar Martins, Director Pedagógico da USAF, “ a abertura do ano lectivo 2009/10, será no próximo dia 07 de Outubro e a abertura solene no dia 24 de Outubro no Salão João Paulo II, no Monte de Santa Quitéria, em Felgueiras, estando o seu programa a ser ultimado”.

terça-feira, setembro 08, 2009

ENTREVISTA

António Gaspar Martins

“Na USAF, o interesse está centrado no convívio contra a solidão, na novidade e criatividade contra a rotina estressante”

Licenciado em Filosofia, pela Universidade do Porto, foi professor do Ensino Secundário, tendo sido Presidente do Conselho Executivo da EB2,3 de Lagares entre 1996 e 2003.Para além de ser Presidente da Direcção do Conservatório de Música de Felgueiras, é Director Pedagógico da Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras desde Setembro de 2008.

Qual o balanço final que faz sobre a dinâmica pedagógica da USAF durante o ano lectivo 2008/2009?

Para falarmos em balanço, teríamos de falar em objectivos, em avaliações e em metodologias e, eventualmente, em factores adjuvantes e factores oponentes. Por ora, vamos deixar estes de lado. O balanço final é, com toda a evidência, muito positivo. Aponto apenas dois factos objectivos e abonatórios. Em 1º lugar, notou-se um significativo aumento de presenças e assiduidade nas actividades lectivas. Em 2º lugar, a actividade musical atraiu mais pessoas, tanto de dentro, como de fora da USAF. Deu-lhe mais visibilidade no exterior e mais entusiasmo no interior. É um alerta positivo para uma nova dinâmica pedagógica.

Foi um dos grandes impulsionadores da Tuna Académica da USAF, que se destacou na animação de muitas iniciativas. O que o levou a investir nesta área mais artística?

Esta ideia já não era nova. Nem foi original. Apenas senti que, por todos os motivos, fazia falta pô-la em prática. Para isso, apenas tentei conjugar alguns factores positivos, já existentes: boa motivação interna e boa aceitação por parte de alguns elementos imprescindíveis, sobretudo instrumentistas. É apenas o começo. E o projecto tem pernas para andar. Aliás, apresso-me a referir que faz sempre muita falta a componente prática. Já dizia Confúcio: « O que oiço, esqueço. O que vejo, recordo. O que pratico, compreendo ». A área musical é envolvente, estimulante e «alegrante».

Considera relevante implementar, no próximo ano lectivo, novas intervenções pedagógicas, convidando especialistas noutras áreas pedagógicas ou promovendo actividades complementares? (Se sim, pode referir as razões e adiantar quais?)

Considero que, numa Universidade Sénior, é fundamental trabalhar sempre para manter o equilíbrio do lema clássico: Mens Sana in Corpore Sano. É importante a ginástica mental, bem como a actividade física. A saúde física é factor condicionante do bem-estar psicológico e mental. Por outro lado, os alunos duma Universidade Sénior devem estar o mais possível em ligação com o seu meio e com o seu tempo. Uma escola nunca deve ser um Gheto de actividades fechadas ou secretas. Muito menos quando forem actividades de seniores. Numa Universidade Sénior, nós, professores, não temos a pretensão de ensinar muitas coisas. Mas estimular e provocar muitas curiosidades. Tenho pensado em algumas actividades complementares e tenho pensado em convidar alguns especialistas. Como nada há ainda de concreto, não quero adiantar mais nada.

Que novos apoios gostaria que a USAF recebesse para melhor desenvolver a sua actividade pedagógica?

Como ninguém ama o que não conhece, penso que é imprescindível apostar mais no conhecimento da USAF e suas actividades. Entendo que é preciso dar o salto do nível da Informação para o Conhecimento. Co-gnoscere é muito mais implicativo e atractivo. Só com o despertar de curiosidades se chega à construção do auto conhecimento, passe a redundância. Estas actividades são não só um complemento de vida, mas até um suplemento vitamínico de vida. Há-de vir o tempo em que será obrigatório frequentar uma Universidade Sénior. Quando? Quando o Estado compreender que poupa dinheiro na assistência na saúde, mantendo as pessoas activas e saudáveis por mais tempo. Assim, toda a sociedade, instituições particulares, mas sobretudo públicas, deveriam apoiar. Acredito que isso possa vir a acontecer num futuro próximo. Para bem de todos, reciprocamente, individual e socialmente. Não esqueçamos que o homem é um animal social (Aristóteles) e que é a socialização que humaniza o homem e que o mantém activo e solidário, isto é, bondoso.

A USAF é frequentada por adultos que já terminaram a sua actividade profissional normal. Que grandes diferenças destaca entre estes alunos e os jovens frequentadores do ensino dito regular?

Em quase toda a minha actividade de docente, leccionei em cursos supletivos e de adultos. Noto uma grande diferença, o que é natural. Tem a ver com a questão do interesse. Na escola regular, o interesse está centrado no diploma, na classificação, importante numa sociedade classificadora, hierarquizante e meritocrática. Na USAF, o interesse está centrado no convívio contra a solidão, na novidade e criatividade contra a rotina estressante. Não há diplomas, mas poderá haver certificados de frequência. E porque o Homem se deve nortear por deveres e não por apetites, ganhamos sempre a grande satisfação do dever cumprido. Buscamos a felicidade, duma forma mais livre e consistente. Logo, numa esfera mais alta, mais plena.

Globalmente, como avalia o “Movimento das Universidades Séniores” em Portugal?

Quanto ao Movimento em si, confesso que ainda não o conheço muito bem. O que noto é que este Movimento move, efectivamente, muita gente em quase todos os cantos de Portugal. Quase toda a gente conhece ou tem um familiar ou amigo a frequentar uma Universidade Sénior. Quem frequenta sente um enorme orgulho e prazer nesta integração. Nesta participação activa e realizadora. É isto o que transparece nos rostos das pessoas que tenho presenciado e contactado de perto. Há núcleos com todo apoio e outros com bastante apoio. Felgueiras tem todo o apoio do seu fundador, Senhor Octávio Pereira, de todos os Alunos e Professores. Creio que o Movimento das Universidades Seniores vai crescer ainda mais, fortificar-se e frutificar.



João Silva