O drama inspira-se nas cinco “cartas portuguesas”, composição literária do século XVII, as cartas autênticas de Mariana Alcoforado, monja do convento de Beja, enamorada de um oficial francês que veio a Portugal para combater contra os espanhóis e que, depois, regressa a Paris, esquecido da paixão que nela despertara. Mariana vive nestas cartas um universo de dedicação, de ternuras, de saudades, incrédula pela abandono a que fora votada, até acabar por distinguir entre o amor como sentimento absoluto e o sujeito a quem o dedicou. Desfloresce a paixão irracional e toma consciência da triste realidade.
A falta de respostas por parte do cavaleiro ou as respostas insulsas levam-na a compreender a vacuidade do homem por ela idolatrado.
Personagens e situações nascem das cartas de Mariana. A alucinação dura um ano, durante o qual se consuma a sua aventura sentimental no interior de uma estrutura conventual e litúrgica imutável, composta por orações, rituais e cânticos.
O fantasma de Noel anima os dias e as noites de Mariana. Apresenta-se-lhe durante as orações como Cristo, regressa nos momentos da antiga felicidade, perturba-a imaginá-lo em Paris rodeado pelas damas aristocráticas ou pelas prostitutas, nas suas noites dissolutas. Neste delírio as monjas tornam-se nas mulheres que lhe roubaram o seu amor – tornam-se presenças ameaçadoras que a criticam e lhe trazem presságios sinistros.
Concluído o diálogo com Noel, ausente ou reticente, mudo ou cínico, Mariana acaba por se distanciar do amante, apesar de alguns regressos desesperados a uma paixão difícil de apagar. No final, o cavaleiro oferecerá aquelas cartas apaixonadas e sangrantes a um “antiquário” para que com elas faça negócio.
Todavia, Mariana Alcoforado existiu. A sua tumba está em Beja, no convento onde viveu até aos oitenta anos, esquecida pelo estulto e fátuo cavaleiro francês, depois de tanto, tanto sofrer.
A falta de respostas por parte do cavaleiro ou as respostas insulsas levam-na a compreender a vacuidade do homem por ela idolatrado.
Personagens e situações nascem das cartas de Mariana. A alucinação dura um ano, durante o qual se consuma a sua aventura sentimental no interior de uma estrutura conventual e litúrgica imutável, composta por orações, rituais e cânticos.
O fantasma de Noel anima os dias e as noites de Mariana. Apresenta-se-lhe durante as orações como Cristo, regressa nos momentos da antiga felicidade, perturba-a imaginá-lo em Paris rodeado pelas damas aristocráticas ou pelas prostitutas, nas suas noites dissolutas. Neste delírio as monjas tornam-se nas mulheres que lhe roubaram o seu amor – tornam-se presenças ameaçadoras que a criticam e lhe trazem presságios sinistros.
Concluído o diálogo com Noel, ausente ou reticente, mudo ou cínico, Mariana acaba por se distanciar do amante, apesar de alguns regressos desesperados a uma paixão difícil de apagar. No final, o cavaleiro oferecerá aquelas cartas apaixonadas e sangrantes a um “antiquário” para que com elas faça negócio.
Todavia, Mariana Alcoforado existiu. A sua tumba está em Beja, no convento onde viveu até aos oitenta anos, esquecida pelo estulto e fátuo cavaleiro francês, depois de tanto, tanto sofrer.
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