A 14 de Dezembro lá fomos de abalada até à estação arqueológica da Citânia de Sanfins em Paços de Ferreira, classificada como monumento nacional. Viagem curta.
Trata-se de um povoado de origem remota. A cronologia deste povoado enquadra-o no sec. I A.C. até aos finais do séc. I D.C. A sua população, sedentária, vivia essencialmente da pastorícia, sendo os animais mais citados pelos autores antigos : cabras, porcos e cavalos embora se encontrem vestígios de gado ovino e bovino. As peles serviam, nesta economia castrense, para o vestuário, fabrico de armas ou como elemento para troca por sal, cerâmicas finas e outros utensílios. A economia castreja baseava-se na troca de géneros mas também foi encontrado um tesouro monetário, guardado num vaso de cerâmica, constituído por 303 denários e 3 quinários de prata, que podemos datar do período compreendido entre 209 e 25-23 A.C. o que atesta o domínio romano e que se encontram no museu da referida citânia.
Como pudemos verificar tem esta citânia um grande panorama sobre uma vasta região de Entre- Douro e Minho o que constituía um grande valor estratégico para a defesa desta população. Trata-se duma colina de 570 m de altitude tendo no topo um marco geodésico.
A existência da Citânia de Sanfins é referida entre outros autores clássicos por Estrabão(64-63ª.C e 24.25 D.C. Este local teria sido escolhido na sequência da campanha militar de Décimo Júnio Bruto (138-136 A.C.). Trata-se um grande aglomerado constituído por várias comunidades limítrofes e que terá servido de capital regional. As escavações, com início em 1944, mostram-nos um sistema defensivo de 6 ordens de muralhas numa área de 15 há, com 6 arruamentos e cerca de 160 construções circulares e triangulares. Nas ruínas encontram-se vestígios dos alicerces das casas, perfeitamente arruadas e de construção granítica.
Interessante é também o balneário não só pelo seu aparato mas pela técnica de construção.
Situado no sopé da colina é abastecido por uma corrente de água e com todos os requisitos necessários para os banhos: forno com chaminé por onde era lançada água sobre pedras aquecidas na fogueira para provocar a vaporização em que se banhavam os guerreiros; existe uma câmara de contenção, separada da antecâmara por um orifício decorado. Na antecâmara havia bancos corridos para os banhos de vapor sendo os banhos de agua fria no átrio.
No museu foi possível ver uma vasta colecção de cerâmica que nos permite verificar as condições sócio- económicas da população assim como a sua expressão cultural. Vimos vários objectos de bronze o que atesta a importância da metalurgia. Embora mais raros também encontrámos objectos de ferro sobretudo instrumentos da actividade guerreira ou utensílios agrícolas e artesanais. Uma arrecada aqui encontrada e está depositada no M.N. Arqueologia atestando a importância da ourivesaria castrense.
Visitar a Citânia de Sanfins não se faz sem esforço já que para percorrer o caminho entre a zona amuralhada e o referido balneário obriga a um apelo á nossa energia mas ao fim da tarde lá estávamos de regresso aos respectivos lares.
Joaquim Peixoto
Trata-se de um povoado de origem remota. A cronologia deste povoado enquadra-o no sec. I A.C. até aos finais do séc. I D.C. A sua população, sedentária, vivia essencialmente da pastorícia, sendo os animais mais citados pelos autores antigos : cabras, porcos e cavalos embora se encontrem vestígios de gado ovino e bovino. As peles serviam, nesta economia castrense, para o vestuário, fabrico de armas ou como elemento para troca por sal, cerâmicas finas e outros utensílios. A economia castreja baseava-se na troca de géneros mas também foi encontrado um tesouro monetário, guardado num vaso de cerâmica, constituído por 303 denários e 3 quinários de prata, que podemos datar do período compreendido entre 209 e 25-23 A.C. o que atesta o domínio romano e que se encontram no museu da referida citânia.
Como pudemos verificar tem esta citânia um grande panorama sobre uma vasta região de Entre- Douro e Minho o que constituía um grande valor estratégico para a defesa desta população. Trata-se duma colina de 570 m de altitude tendo no topo um marco geodésico.
A existência da Citânia de Sanfins é referida entre outros autores clássicos por Estrabão(64-63ª.C e 24.25 D.C. Este local teria sido escolhido na sequência da campanha militar de Décimo Júnio Bruto (138-136 A.C.). Trata-se um grande aglomerado constituído por várias comunidades limítrofes e que terá servido de capital regional. As escavações, com início em 1944, mostram-nos um sistema defensivo de 6 ordens de muralhas numa área de 15 há, com 6 arruamentos e cerca de 160 construções circulares e triangulares. Nas ruínas encontram-se vestígios dos alicerces das casas, perfeitamente arruadas e de construção granítica.
Interessante é também o balneário não só pelo seu aparato mas pela técnica de construção.
Situado no sopé da colina é abastecido por uma corrente de água e com todos os requisitos necessários para os banhos: forno com chaminé por onde era lançada água sobre pedras aquecidas na fogueira para provocar a vaporização em que se banhavam os guerreiros; existe uma câmara de contenção, separada da antecâmara por um orifício decorado. Na antecâmara havia bancos corridos para os banhos de vapor sendo os banhos de agua fria no átrio.
No museu foi possível ver uma vasta colecção de cerâmica que nos permite verificar as condições sócio- económicas da população assim como a sua expressão cultural. Vimos vários objectos de bronze o que atesta a importância da metalurgia. Embora mais raros também encontrámos objectos de ferro sobretudo instrumentos da actividade guerreira ou utensílios agrícolas e artesanais. Uma arrecada aqui encontrada e está depositada no M.N. Arqueologia atestando a importância da ourivesaria castrense.
Visitar a Citânia de Sanfins não se faz sem esforço já que para percorrer o caminho entre a zona amuralhada e o referido balneário obriga a um apelo á nossa energia mas ao fim da tarde lá estávamos de regresso aos respectivos lares.
Joaquim Peixoto
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