D. Manuel de Faria e Sousa é natural de Pombeiro e viveu durante cinquenta e nove anos, tantos quantos durou a dinastia Filipina, embora com uma ligeira desfocagem. Quando nasceu em 1590, já passavam nove anos sobre a aclamação de Filipe I nas Cortes de Tomar. E faleceu passados os mesmos nove anos sobre o 1ºde Dezembro de 1640. Os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro de Pombeiro em 1660, onde repousam, sob uma laje, à direita do altar-mor.
É filho de Amador Pires e de Luísa de Faria e Sousa da nobre casa de Valmelhorado. Desde muito novo, Manuel de Faria e Sousa deu sinais da sua inclinação para as Artes e Letras. Por isso, foi matriculado nos seminários de Braga para seguir a carreira eclesiástica. Dado que o rapaz era demasiado expansivo para se confinar aos cânones eclesiásticos, acabou por recusar aquele caminho. Ora o seu pai, preocupado com um futuro alternativo airoso e não dispondo de possibilidades económicas para dar à criança a melhor formação, acabou por encontrar um recurso precioso no seu amigo, D. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto. E foi assim que, com catorze anos, Faria e Sousa entrou ao serviço do Bispo, frequentando a respectiva escola episcopal, onde aprendeu História, Artes, Literatura e outras matérias. Aí se relacionou com altas figuras da época e foi admirado pelos encómios poéticos que escreveu e pelos perfis que desenhou.
Porém a morte do seu padrinho deixou o jovem adulto de 27 anos completamente desprotegido. Teve de regressar ao isolamento de Pombeiro, agora desempregado, com mulher e dois filhos, quando corria o ano de 1618. Assim terminou a fase de crescimento e afirmação, à escala regional (no mínimo!) de D. Manuel de Faria e Sousa.
Felizmente, surgiu um novo padrinho e, em 1619, rumou a Madrid para desempenhar a função de secretário particular do conde de Muge, Pedro Álvares Pereira, Secretário de Estado de Filipe II. A sua adaptação ao ambiente e à língua castelhana foi tão fácil que, passados três anos, já publicava apreciados livros de poesia. Quando morreu o segundo padrinho, D. Manuel de Faria e Sousa gozava já de uma acentuada notoriedade e ganhava foros de cidadania Madrilena conseguindo empregos de bastante relevo. Assim, foi Secretário de Estado do reino de Portugal, cargo que o trouxe a Lisboa e o religou à língua da infância, e Secretário da Embaixada de Portugal em Roma.
A sua obra é muito vasta e estende-se da poesia à história passando pela crítica literária. Escreveu quase tudo em castelhano, mas muitos dos temas que elegeu para os seus trabalhos são bem portugueses. A Faria e Sousa se deve o primeiro estudo qualificado sobre a vida e obra de Luis de Camões, nomeadamente a edição de Luis de Camões, príncipe de los poeta de Espanha… Para conferir a Camões o estatuto que hoje lhe reconhecemos, Faria e Sousa teve de enveredar e persistir na investigação para vencer as opiniões da época que criticavam a estrutura, inspiração e a qualidade d’Os Lusíadas.
O maior elogio a Faria e Sousa, como crítico literário, encontrei-o na pena de Lope de Vega, destacado escritor espanhol contemporâneo: “assi como Luiz de Camoens es príncipe de los poetas que escrivieron en idioma vulgar, lo es Manuel Faria de los commentadores en todas lenguas.”
É filho de Amador Pires e de Luísa de Faria e Sousa da nobre casa de Valmelhorado. Desde muito novo, Manuel de Faria e Sousa deu sinais da sua inclinação para as Artes e Letras. Por isso, foi matriculado nos seminários de Braga para seguir a carreira eclesiástica. Dado que o rapaz era demasiado expansivo para se confinar aos cânones eclesiásticos, acabou por recusar aquele caminho. Ora o seu pai, preocupado com um futuro alternativo airoso e não dispondo de possibilidades económicas para dar à criança a melhor formação, acabou por encontrar um recurso precioso no seu amigo, D. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto. E foi assim que, com catorze anos, Faria e Sousa entrou ao serviço do Bispo, frequentando a respectiva escola episcopal, onde aprendeu História, Artes, Literatura e outras matérias. Aí se relacionou com altas figuras da época e foi admirado pelos encómios poéticos que escreveu e pelos perfis que desenhou.
Porém a morte do seu padrinho deixou o jovem adulto de 27 anos completamente desprotegido. Teve de regressar ao isolamento de Pombeiro, agora desempregado, com mulher e dois filhos, quando corria o ano de 1618. Assim terminou a fase de crescimento e afirmação, à escala regional (no mínimo!) de D. Manuel de Faria e Sousa.
Felizmente, surgiu um novo padrinho e, em 1619, rumou a Madrid para desempenhar a função de secretário particular do conde de Muge, Pedro Álvares Pereira, Secretário de Estado de Filipe II. A sua adaptação ao ambiente e à língua castelhana foi tão fácil que, passados três anos, já publicava apreciados livros de poesia. Quando morreu o segundo padrinho, D. Manuel de Faria e Sousa gozava já de uma acentuada notoriedade e ganhava foros de cidadania Madrilena conseguindo empregos de bastante relevo. Assim, foi Secretário de Estado do reino de Portugal, cargo que o trouxe a Lisboa e o religou à língua da infância, e Secretário da Embaixada de Portugal em Roma.
A sua obra é muito vasta e estende-se da poesia à história passando pela crítica literária. Escreveu quase tudo em castelhano, mas muitos dos temas que elegeu para os seus trabalhos são bem portugueses. A Faria e Sousa se deve o primeiro estudo qualificado sobre a vida e obra de Luis de Camões, nomeadamente a edição de Luis de Camões, príncipe de los poeta de Espanha… Para conferir a Camões o estatuto que hoje lhe reconhecemos, Faria e Sousa teve de enveredar e persistir na investigação para vencer as opiniões da época que criticavam a estrutura, inspiração e a qualidade d’Os Lusíadas.
O maior elogio a Faria e Sousa, como crítico literário, encontrei-o na pena de Lope de Vega, destacado escritor espanhol contemporâneo: “assi como Luiz de Camoens es príncipe de los poetas que escrivieron en idioma vulgar, lo es Manuel Faria de los commentadores en todas lenguas.”
José Leite
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