sexta-feira, dezembro 31, 2010

USAF ALEGRA O NATAL EM LARES DE IDOSOS

A Universidade Sénior e Autodidacta de Felgueiras, prosseguindo os seus objectivos no âmbito da intervenção comunitária, concretizou um programa de animação de quatro lares de idosos do Concelho, através da intervenção do seu Grupo de Teatro (com as peças “Os anjos em greve” e “Um Natal dos nossos dias”), do Conjunto de Cavaquinhos e da Tuna Académica.
Os lares onde se desenvolveu o programa foram os de Barrosas (15 de Dezembro), de Airães (17 de Dezembro), de Fijô (19 de Dezembro) e de Santa Quitéria (22 de Dezembro).
O programa, muito apreciado e aplaudido pelos idosos, só foi possível devido ao empenho dos alunos e professores da USAF e à colaboração da Câmara Municipal de Felgueiras, que disponibilizou transporte para Barrosas e Airães.







CONTO DE NATAL

Nevara durante os dois últimos dias, mas ao fim da tarde o céu ficara limpo de nuvens e as estrelas brilhavam mais durante a noite gelada de Dezembro.
Depois da ceia planeavam-se as actividades da família para o dia seguinte.
- O António e o Alberto iriam limpar oliveiras para olival dos Rechões e trariam duas cargas de rama para a corte de Vale de Serva onde o rebanho ficaria amanhã. Por sua vez o Virgílio levaria o rebanho de ovelhas lá para a Escabeda, mesmo que pouco encontrassem para comer, pelo menos arejavam.
- O Aquiles ia com os cordeiros para a trigueira de Vale da Moira e a Raquel ficaria em casa a ajudar a mãe a fazer as filhós e dava um salto à horta da Devesa com o Carlos para apanharem uma carga de nabos. Como não havia escola, o Luís levava as vacas para o lameiro de Campo Redondo.
Quem dava as ordens era a mãe, tinha ficado viúva com oito filhos pequenos, o mais velho tinha agora 19 anos e, um dos mais novos, o Artur tinha morrido logo a seguir ao pai.
Agora quem vai acomodar o gado, perguntou o Alberto que era o mais velho. Levantaram-se dois, mas já à porta o Carlos gritou pelo Luís para que trouxesse o lampião e uma faca para cortar uma abóbeda para deitar às mulas.
Os outros ficaram à volta da lareira, enquanto a Raquel, que acabara de arrumar a loiça, preparava uma vianda para os porcos.
Ainda assaram umas castanhas para o final do serão e depois foi toda a gente para a cama. Alguns já estavam a caminho quando a mãe bem alto avisou da cozinha que amanhã não havia merenda, nem almoço para ninguém, era dia de jejum.
O Luís foi o primeiro a deitar-se, mas não conseguia dormir. A cama estava fria, mas não era essa a razão. Amanhã era dia de Consoada, véspera de Natal, já andava a prepará-la há mais de duas semanas. Também estava contente porque não havia escola e podia ir com as vacas para o lameiro, apanhar míscaros e assá-los, ou ir com os cordeiros para o marfolho do trigo e vê-los brincar e saltar. Eram a sua perdição e quando podia, pegava neles ao colo, sempre que os irmãos não viam.
Já noite alta adormeceu, pedindo uma coisa ao menino Jesus, queria saber como seria o céu. O senhor padre na catequese falara que era um lugar com luzes ao sol a brilhar, tudo muito resplandecente e desde então esta ideia martelava-lhe a cabeça.
Ainda o sol não tinha nascido e já toda a gente estava a pé. Até o Luís e nem se queixou de não levar merenda, foi abrir a porta da curralada e soltou as vacas e vai de tocá-las para Campo Redondo, era ainda meia hora de caminho.
Quando já tinha metido as vacas no lameiro, despontou o sol e foi quando reparou nos carvalhos, grandes e pequenos estavam cheios de cristais pendurados das pontas dos galhos, que reflectiam a luz do sol em milhares de cores, tonalidades e cambiantes.
Nunca tinha visto nada assim, ficou embevecido e até se esqueceu de aquecer as mãos na fogueira que fizera. Correu pelos campos fora para ver se nos outros lameiros também havia luzes dependuradas das árvores, e havia.
Voltou para junto dos animais, aqueceu as mãos e os pés, sem descalçar as botas. Mas quando olhou novamente a visão tinha desaparecido. O calor do sol derretera as estalactites de gelo formadas pela neve derretida e pela geada durante a noite.
- Não importa, agora já sei como é o céu, dizia para consigo.
Nunca mais eram horas de regressar a casa para contar à mãe e aos irmãos o que tinha visto, eles não sabiam como era o céu.
Quando o sol já ia muito baixo, reuniu as vacas e foi levá-las a beber, ele também sentia fome, apeteceu-lhe beber água na fonte e comer umas castanhas, que encontrara debaixo do castanheiro grande, mas lembrou-se da recomendação da mãe, era dia de jejum.
O cheiro a polvo cozido sentia-se à porta de casa e quando entrou deparou com a mesa já posta e uma grande travessa de filhós polvilhadas de açúcar e canela em cima de um banco na cozinha.
- Posso comer uma?
- Não podes, não senhor - respondeu a irmã, atarefada com um prato de rabanadas.
- Também não te conto um segredo.
- Espera só um pouquinho, os teus irmãos estão a chegar e vamos já para a mesa, meu filho, foi dizendo a mãe, enquanto lhe tirava a boina da cabeça e lhe fazia uma carícia.
E não contou, não contou a ninguém, havia de contar à mãe, mas só depois da ceia.
Passado um bocado, ouviu-se a voz da Raquel:
- Vamos para a mesa.
De volta da mesa, todos de pé, rezaram pelo pai, pelos avós e pediu-se saúde e a graça de Deus para os de casa e depois para todo o mundo, só depois a mãe começou a servi-los. O lume crepitava forte aquecendo a casa, lá fora não havia ninguém na rua.
O polvo cozido e as batatas estavam uma delícia, e os toros de couve tronchuda com o molho de azeite, vinagre, colorau e alho criavam ainda mais apetite. Havia muitos meses que não se comia polvo em casa, mas hoje chegava para todos.
No fim da ceia os mais velhos foram acomodar o gado e depois juntaram-se aos demais rapazes da aldeia, que com um carro de bois arrebanhavam lenha pelas portas para fazerem a fogueira de Natal em frente ao adro da igreja.
Era uma fogueira enorme que ardia durante toda a noite de Consoada e todo o dia de Natal, às vezes entrava pela noite do dia 25 a arder. Os rapazes reuniam-se em volta dela, e ali ficavam depois da Missa do Galo, quer chovesse quer nevasse.
Só ficara a mãe com o Luís e a Raquel, à volta do lume onde ardia um enorme cepo de carvalho.
- Conta lá o teu segredo, disse a Raquel cheia daquela curiosidade feminina própria dos seus 15 anos.
- Só conto à mãe.
Aproximou-se mais da mãe e na inocência dos seus sete anos contou, em voz baixa, mas que dava para outros ouvirem, como o Menino Jesus lhe mostrara o céu. Quando acabou, a irmã ia dar uma gargalhada, mas a mãe arregalou-os olhos pedindo-lhe silêncio, ele abriu a boca e esfregou os olhos em sinal de cansaço.
Então a mãe pegou nele ao colo e levou-o para a cama, quis rezar com ele a oração ao anjo da guarda, mas já dormia e só quando ela lhe desprendeu a mão da sua e lhe aconchegava a roupa balbuciou: -Era o céu não era mãe? - e dormiu.

Octávio Pereira
Felg. Dez. 2005

sexta-feira, dezembro 24, 2010

MENSAGEM DE BOAS FESTAS


A Direcção da USAF deseja a todos os alunos, formadores e respectivos familiares um Bom Natal e um próspero Ano Novo.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

A Universidade aos 20 Anos

AMIGOS DA UNIVERSIDADE

O amor brilhava contra os bolsos, no fundo das calças

Os corpos iluminavam-se mesmo sem paixões

Havia o valor do saber, o gosto pela erudição

Consumíamos apontamentos, fotocópias, sebentas, sem tempo para livros

A noite irradiava como uma miríade qualquer

Tínhamos fome das mulheres, contra a solidão, um abismo sideral

Queríamos o mar para partilhar, rios opíparos cheios de sonhos

Espreitávamos curiosos os romances uns dos outros

Permanecíamos fiéis à História, mas torcíamos pelas Ciências Sociais

Achávamos graça às pedagógicas

Havia mestres no ensino e na investigação

Saudávamos salpicadamente as frequências, ou exames uns dos outros

Havia jogos que discordávamos

Tínhamos o sentido apurado da justiça e da utopia

Dávamos tudo por uma boa mulher, o resto é conversa

Éramos capazes das maiores rivalidades e maiores comunhões

Preparávamos o futuro mais brilhante

E o amor era o bastante

Sabíamos das palavras e dos silêncios uns dos outros

Raramente não nos ríamos

Mas só o amor nos revelava

Vinha dos campos a natureza apaixonada

E é a ela que devemos iluminar

Fomos um exemplo de partilha.

Francisco Carmelo, 16/11/10

(Comemoração dos 25 anos do final do curso: Licenciatura em Ensino de História e Ciências Sociais - 1985)

USAF VISITA ESCOLA DE LAGARES

No passado dia 9 de Dezembro, um grupo de alunos e de professores da USAF deslocaram-se à Escola EB 2 3 de Lagares. Esta deslocação resultou de um protocolo da iniciativa da D.ra Helena Costa, professora das disciplinas de Ciência e de Matemática do 6.º ano.
O principal objectivo foi sensibilizar os alunos de duas turmas da referida professora, que apresentam algumas dificuldades de aprendizagem, de motivação para o estudo e alguns casos, embora pontuais, de adaptação comportamental. Como tal, tratou-se de um evento cultural, formativo e pedagógico, com base numa ligação inter-geracional. Houve ainda ocasião para um momento musical, muito agradável, em que todos conviveram e se sentiram felizes. Os elementos da delegação da USAF também se sentiram rejuvenescidos e mais enriquecidos com a referida acção formativa. Não faltaram perguntas diversas dos alunos da Escola sobre os mais variados temas, às quais os elementos da USAF responderam cordialmente e em conformidade com o seu saber, as suas experiências profissionais e de vida
A USAF está disponível para continuar a deslocar-se á mesma escola, bem como a receber os mesmos alunos nas suas instalações e durante as suas actividades lectivas e culturais. De igual modo, se disponibiliza a colaborar, nesta área, com eventuais iniciativas de outras instituições que o manifestem.







quarta-feira, dezembro 08, 2010

FORMADOR DA USAF DE LUTO

Faleceu a mãe do senhor Dr. João Vieira, distinto formador da Universidade Sénior de Felgueiras. O funeral da inditosa finada realizou-se no dia oito de Dezembro, para o cemitério de Varziela.
A “ Família USAF” envia ao dr. João Vieira e seus familiares os sentidos pêsames.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Palavra de Bispo

Palavra versus palavras

Há norte na palavra do Pastor
A leste de Timor
- Ximenes Belo.

Por estranho que pareça
Em Portugal
A Mitra de Setúbal
Coincide no meridiano
E no paralelo.

Nestas coordenadas
A palavra é forte.
É uma gota no oceano de palavras
Sem norte.

José Leite

Nota da Redacção – Neste poema, o autor destaca a importância da intervenção pública na denúncia de todas as injustiças (daí o destaque dado ao  título). Coteja e homenageia os bispos D. Ximenes Belo, ex-bispo de Díli, e D. Manuel Martins, ex-bispo de Setúbal pela suas corajosas intervenções em favor dos menos favorecidos.

terça-feira, novembro 23, 2010

A FREIRA PORTUGUESA

O drama inspira-se nas cinco “cartas portuguesas”, composição literária do século XVII, as cartas autênticas de Mariana Alcoforado, monja do convento de Beja, enamorada de um oficial francês que veio a Portugal para combater contra os espanhóis e que, depois, regressa a Paris, esquecido da paixão que nela despertara. Mariana vive nestas cartas um universo de dedicação, de ternuras, de saudades, incrédula pela abandono a que fora votada, até acabar por distinguir entre o amor como sentimento absoluto e o sujeito a quem o dedicou. Desfloresce a paixão irracional e toma consciência da triste realidade.
A falta de respostas por parte do cavaleiro ou as respostas insulsas levam-na a compreender a vacuidade do homem por ela idolatrado.
Personagens e situações nascem das cartas de Mariana. A alucinação dura um ano, durante o qual se consuma a sua aventura sentimental no interior de uma estrutura conventual e litúrgica imutável, composta por orações, rituais e cânticos.
O fantasma de Noel anima os dias e as noites de Mariana. Apresenta-se-lhe durante as orações como Cristo, regressa nos momentos da antiga felicidade, perturba-a imaginá-lo em Paris rodeado pelas damas aristocráticas ou pelas prostitutas, nas suas noites dissolutas. Neste delírio as monjas tornam-se nas mulheres que lhe roubaram o seu amor – tornam-se presenças ameaçadoras que a criticam e lhe trazem presságios sinistros.
Concluído o diálogo com Noel, ausente ou reticente, mudo ou cínico, Mariana acaba por se distanciar do amante, apesar de alguns regressos desesperados a uma paixão difícil de apagar. No final, o cavaleiro oferecerá aquelas cartas apaixonadas e sangrantes a um “antiquário” para que com elas faça negócio.
Todavia, Mariana Alcoforado existiu. A sua tumba está em Beja, no convento onde viveu até aos oitenta anos, esquecida pelo estulto e fátuo cavaleiro francês, depois de tanto, tanto sofrer.     

                                                               http://www.seivatrupe.pt

terça-feira, novembro 16, 2010

ABERTURA SOLENE DAS AULAS DA USAF - Ano lectivo de 2010-2011

Usufruindo de direitos consagrados,
Sedentos de aprender para serem iguais.
Atraíram o mestre dos mestres, para
Falar na abertura solene, por saber mais.

Daniel Serrão, cidadão do mundo,
Amante do conhecimento dominante.
Nobre e ilustre professor. Um gigante.
Incansável defensor da longa vida.
Elevado no seu profundo saber.
Lente, de fama e amizade merecida.

Senhor da sua já longa vida
Eloquente e com muita autonomia.
Razão para gostar muito de viver
Rodeado de muitos e bons amigos,
Atento ao evoluir das coisas do mundo.
Orgulho do bem que fez em tempos idos.


ACNogueira

quarta-feira, novembro 10, 2010

MAGUSTO DA USAF

A Universidade Sénior e do Autodidata de Felgueiras, vai
levar a efeito o seu magusto anual no próximo dia 12 de
Novembro.
Este evento ao qual se deverão associar todos os alunos e
professores da Usaf, bem como respectivos familiares, vai
realizar-se nas instalações da Cooperativa Agricola de Felgueiras
pelas 15 horas e 30 minutos .
Espera-se que este evento proporcione um salutar convivio.

segunda-feira, novembro 08, 2010

ABERTURA SOLENE DO ANO LECTIVO


Como acontece todos os anos, a USAF assinalou o início do ano lectivo com uma sessão solene que decorreu com um programa próprio coordenado pelo Director Executivo Octávio Pereira.
O evento decorreu no passado dia 23 de Outubro, pelas 18 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal, sob a presidência do dr. Bruno Pinheiro, Presidente do Rotary Club de Felgueiras .
A Mesa foi constituída pelos seguintes elementos: dr Bruno Pinheiro, dr. António Madeira, Governador eleito do Distrito Rotário 1970, dr. Gaspar Martins, Director Pedagógico da USAF, dr. João Sousa, Vice-Presidente da Câmara Municipal e pelo convidado especial Professor Doutor Daniel Serrão.
Após a saudação às bandeiras e da introdução feita pelo Director Pedagógico, usou da palavra Daniel Serrão que pronunciou a oração de sapiência com o tema “Cérebro Envelhecido, Cérebro Renovado”com a seguinte lição: “O cérebro melhora com a idade”. Demonstrou que a plasticidade do cérebro se mantém durante toda a vida desde que o mesmo se mantenha ocupado com actividades que o estimulem, proporcionando assim o seu desenvolvimento. Tratando-se de uma sessão aberta, para além dos professores e alunos da USAF, encontravam-se muitos convidados e todos quantos por interesse pelo tema desejaram participar, ficaram maravilhados com a intervenção de tão distinto orador.
Seguidamente, foi homenageada, pela direcção da USAF, a comissão de alunos cessante pelo seu desempenho durante quatro mandatos. A referida comissão, composta por Lucinda Carvalho, Fernanda Mendes e João Silva, recebeu os respectivos diplomas de mérito.
Recorde-se que a USAF nasceu há dez anos, sob o impulso do Rotary Club de Felgueiras, com a preocupação de dar apoio a quem, entrado na era da disponibilidade de tempo que a reforma traz, encontre na cultura o melhor lenitivo para se motivar intelectualmente e se dispor a continuar a ser útil.
A sessão foi encerrada com uma brilhante actuação da Tuna Académica da USAF que todos os presentes escutaram com muito apreço. Finalmente, foi servido um jantar com muita animação num restaurante local, proporcionando a todos uma noite de grande convívio e maior estímulo para prosseguir o ano lectivo.

 

sexta-feira, outubro 22, 2010

PROFESSOR DOUTOR DANIEL SERRÃO PROFERE ORAÇÃO DE SAPIÊNCIA



A USAF – Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras abrirá, solenemente, o seu 9º ano académico 2010/11, no próximo dia 23 de Outubro.

A sessão solene terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal pelas 18H30, com a presença dos Ex.mos Senhores, Professor Doutor Daniel Serrão, Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras bem como do Governador do Rotary e será abrilhantada pela Tuna Académica da USAF.

O Professor Doutor Daniel Serrão proferirá uma palestra sobre o tema " Cérebro Envelhecido, Cérebro Renovado ".

O orador, Professor Daniel Serrão, constitui um testemunho exemplar no contributo que deu para o prestígio nas organizações de saúde, assim como um exemplo de cidadania e competência, caracterizado por uma brilhante carreira de docente nas ciências da saúde sobretudo no campo da patologia e no campo da ética médica e da bioética.

O Professor Daniel Serrão possui um notável currículo, destacando-se: designação pelo papa João Paulo II para membro da Pontifícia Academia per la Vita, agraciado pelo Presidente da República com a Grão Cruz de Santiago de Espada, foi designado membro do Internacional Committee Of Bioethics, nomeado pelo Conselho de Ministros para presidir ao Conselho de Reflexão sobre a Saúde e recebeu recentemente o Prémio Nacional de Saúde 2010. Foi Professor Catedrático de Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina do Porto bem como Director do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital de S, João.

No encerramento deste evento será servido, aos convidados, um jantar com animação, num restaurante local.

Dado tratar-se de uma acção de grande interesse cultural e científico apela-se à comparência da população Felgueirense.

domingo, setembro 26, 2010

USAF - Horário 2010-11

(clique no horário para ampliar)

  • Haverá sempre um intervalo de 15 minutos entre cada aula
  • Este Horário poderá ser alterado em função da disponibilidade de horário dos professores de Literatura e Cultura Portuguesa, Problemáticas e Psicologia
  • As aulas iniciam-se no dia 6 de Outubro de 2010 e terminarão a 31 de Maio de 2011.
  • Não haverá actividades de 18 de Dezembro de 2010 a 3 de Janeiro de 2011.
  • As férias de Carnaval e da Páscoa serão marcadas oportunamente
  • As aulas de Artes Decorativas terão a duração de hora e meia, as demais serão de uma hora.
  • A “Abertura solene do Ano Lectivo” está marcado para 23 de Outubro de 2010 e será convidado especial o senhor Pof. Dr. Daniel Serrão
  • As aulas de Saúde, Direito, Economia e Fiscalidade serão em regime rotativo.
  • Se em alguma disciplina não houver inscrições suficientes a mesma será suspensa.
  • A Tuna ensaia todas as 3ª. Feiras das 21.00 às 22.30 H.

terça-feira, julho 13, 2010

ABERTURA DO ANO LECTIVO 2010/11

O próximo ano lectivo da USAF terá início no dia 6 de Outubro de 2010. Nesse dia, será apresentado o horário escolar, bem como as disciplinas a leccionar.
Os eventos culturais e sociais a realizar durante o ano lectivo serão divulgados oportunamente.
Mais informamos que a abertura solene do ano lectivo será realizada no dia 23 de Outubro, pelas 18 horas, em local a anunciar. A Oração de Sapiência será proferida pelo Professor Doutor Daniel Serrão, sob o tema "Cérebro Envelhecido, Cérebro Renovado". ,

domingo, junho 13, 2010

21º ANIVERSÁRIO DA RÁDIO FELGUEIRAS

A USAF associou-se ao aniversário da Rádio Felgueiras, no dia 4 de Junho de 2010

A Universidade Sénior de Felgueiras também desejou um feliz aniversário à Rádio Felgueiras.
No passado dia 4 de Junho, em representação da USAF, dos seus alunos e de toda a sua comunidade, o ainda presidente da associação dos estudantes e em substituição do presidente da direcção, proferiu palavras de louvor pelo trabalho desenvolvido pela Rádio Felgueiras.
João Silva referiu-se à "estreita colaboração existente entre a RF e a USAF, fruto da boa vizinhança, onde a cooperação e as boas relações institucionais estão sempre primeiro, bem como às facilidades na cedência do sinal da internet, para a formação em novas tecnologias promovida pela USAF, divulgação das nossas actividades e o carinho com que sempre nos têm apoiado."
No final, exprimiu os "Parabéns pelo 21º aniversário e votos de que prossiga na senda de informar e promover o desenvolvimento do concelho de Felgueiras

segunda-feira, junho 07, 2010

JANTAR DE DESPEDIDA DA USAF

“A USAF teve mais encanto, na hora da despedida”, cantou-se!

Pois é! Foi assim, com esta canção que fechou o ano lectivo de 2009/2010 da USAF, num jantar de despedida.
Emília Sampaio, aluna, a declamar o poema "O canto do vento nos ciprestes"

Vamos partir para férias, tristes, pois desejávamos estar mais algum tempo, mas que por razões que nos transcendem se determinou ser Maio o ultimo mês de actividade na USAF. Como se passou depressa os meses que decorrem entre Outubro e Junho!
Joaquim Pinho, professor, a declamar o poema sobre o filho

A despedida é sempre emotiva e lia-se no rosto de cada um a nostalgia do afastamento. É que pairava já a saudade dos encontros diários, onde se confraterniza, onde se trocam ideias, sensações, onde se recordam acontecimentos que vão preenchendo as informações e se discutem a forma pessoal de ver as coisas! É da discussão que nasce a luz e fica sempre algo que enriquece o mundo cultural de nós próprios.
Panorámica da sala, convivio entre alunos e professores

As sensações vividas por cada um, são inexplicáveis, incompreendidas por quem está de fora do contexto e à margem do nosso espírito de união!
Como recordar é viver, vamos para férias procurando transmitir aos nossos amigos, aos nossos conhecidos a missão da USAF no seio da comunidade. Vamos incitá-los a que nos acompanhem nesta caminhada da vida, onde encontramos incentivo para melhor nos empenharmos na aprendizagem de saber envelhecer sem traumas, pensando que a vida é bela em qualquer idade, desde que saibamos tirar partido dela…
As pequenas lembranças, mas de grande significado, que os alunos ofertaram aos professores, são a prova irrefutável da comunhão que existe entre este intercâmbio de conhecimentos e de ideias. Até porque às vezes acontece que os que menos sabem são aqueles que mais ensinam, quer pela experiência vivida, quer por dons possuídos e por potencialidades que não foram exploradas no devido tempo.

Fernanda Pantaleão, futura presidente da associação de estudantes

As palavras são poucas para expressar os momentos agradáveis que se vive na USAF.
Vamos partir com a esperança de que Deus nos ilumine, para no próximo ano sermos mais e façamos ainda melhor, pois a USAF tem que crescer em quantidade, porque qualidade temos o suficiente para competir com as outras instituições congéneres. Cada professor tem sabido desempenhar-se com eficiência das funções que lhe foram confiadas.
Graças a estes professores, que voluntariamente dispõem do seu tempo para colaborarem nesta academia sénior de serviço público; graças ao grupo de alunos, resistente que se empenham em levar por diante o engrandecimento cultural e o espírito mútuo de companheirismo; graças ao Clube Rotário de Felgueiras pelo apoio que tem dado à obra por eles fundada; e sobretudo graças ao homem que dá alma a esta USAF – o nosso reitor – a quem pedimos não esmoreça e que esta chama de amor que demonstra se incendeie cada vez mais, para liderar a nossa Universidade.
Só com estas graças todas a USAF tem sobrevivido e tem feito eco na nossa comunidade felgueirense.
A animação não faltou neste jantar e a par disso, houve momentos altos como prova a declamação de um poema por uma aluna sobre a “Mãe”, e uma dissertação feita por um professor, sobre o “Filho”!
O jantar não podia terminar sem a actuação do nosso fadista coimbrão que se fez ouvir com alguns trechos do seu grande reportório.
E assim terminou este encontro mas espero e desejo que não termine o entusiasmo que arde dentro do peito daqueles que fazem parte da USAF.
Boas férias amigos e companheiros e até breve.


Amélia Noronha

Rotary no jantar de encerramento da USAF

A USAF- Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras encerrou o seu ano académico no passado dia 31 de Maio, com um jantar que envolveu cerca de sete dezenas de participantes.
Foi através de um jantar que decorreu num restaurante da Refontoura, que a USAF encerrou o ano escolar 2009/10 e que corresponde ao seu nono ano de actividade consecutiva.
Para além da participação dos seus alunos e corpo docente contou-se ainda com a participação do Clube Rotário de Felgueiras, seu patrocinador.
Octávio Pereira, director executivo da USAF, no uso da palavra

Em representação do Rotary, Octávio Pereira, abordou a história de Rotary International, focando a sua internacionalização e os marcos importantes da sua história, tais como "contributo para a criação da Unesco, Carta das Nações Unidas, Programa de combate à paralisia infantil no mundo (Polio Plus), a iniciativa Preserve o Planeta Terra de 1990/91, em que mais de dois mil clubes do mundo inteiro lançaram programas de sensibilização e consciencialização dos problemas ambientais que hoje nos afectam".
Houve ainda lugar à distribuição de lembranças a todos os professores, confeccionadas pelos respectivos alunos e no encerramento foi celebrado um protocolo de cooperação com a ADIB - Associação para o Desenvolvimento Integral de Barrosas.

quinta-feira, junho 03, 2010

IX ENCONTRO NACIONAL DE UNIVERSIDADES SÉNIORES

Guimarães, berço da Nacionalidade Portuguesa, foi palco para realização do IX Encontro Nacional da Rutis (Rede de Universidades da Terceira Idade), que teve lugar no dia 23 de Maio de 2010.
Através da sua Universidade Sénior – UNAGUI – recebeu os 1400 utentes das diversas instituições séniores espalhadas de norte a sul do Pais, e que quiseram marcar a sua presença neste convívio anual.
Também a USAF (Universidade Sénior Autodidacta de Felgueiras) quis associar-se a este evento, fazendo-se representar por quinze elementos.
Assim, a UNAGUI preparou para cada academia uma Madrinha que foi dando assistência durante todo o percurso do encontro e nos conduziu para dentro do Pavilhão Multiusos, brilhantemente decorado para o efeito, colocando-nos nas respectivas mesas. É de salientar a originalidade do enfeite destas, cujo centro, em vez de flores, fora enfeitado com uma miniatura do Castelo de Guimarães. Uma beleza!

Cerca das 12 horas e 30 minutos, subiu ao palco do Pavilhão, o presidente da UNAGUI – Capitão Menezes – que na sua maneira brilhante de comunicar, saudou todos os presentes, dando abertura à sessão solene. Usaram da palavra as várias autoridades nacionais e regionais, como o presidente geral da Rutis – Luís Jacob, o Governador Civil de Braga, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, o vice-reitor da Universidade do Minho (pólo de Guimarães), entre outros.
O almoço foi servido por volta das 13 horas e 30 minutos, após o qual se iniciaram as actividades programadas para animação em palco. Por ali passou um grupo de ”Cantares de Fafe”, um rancho folclórico minhoto, uma Associação de Antigos Alunos do Liceu de Guimarães, chamados Pregões da Academia Vimaranense, uma tuna mista intitulada “Osmusiké” que entre os vários trechos do seu reportório, interpretaram as belas poesias “Cantar Guimarães”. De seguida actuou a tuna académica masculina da Universidade do Minho, chamada “Azeituna” que teve um belo desempenho.
Após as exibições em palco, procedeu-se ao desfile das bandeiras ao lado das respectivas Madrinhas, que é sempre um momento alto do encontro e que foi vibrantemente ovacionado.
Depois assistimos à passagem do testemunho para a Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis que irá organizar o encontro de 2011.
As Madrinhas ainda se juntaram no palco para entoarem a “Canção da UNAGUI” e a canção da despedida do IX encontro da UTIS. Toda a assembleia, de pé, cantou em uníssono, pois as respectivas letras tinham-nos sido distribuídas anteriormente. Foi um momento de grande emoção, de grande união, dum grande espírito de fraternidade, de companheirismo e até de saudade, como são todas as despedidas!
Antes da partida, foi servido um lanche, para que regressássemos com o espírito e o corpo mais reconfortados.
Obrigada Guimarães, obrigada UNAGUI, por este dia de festa. Parabéns em nome da USAF de Felgueiras.


Felgueiras, 25/05/2010
Amélia Noronha

segunda-feira, maio 31, 2010

ABERTURA SOLENE DA EXPOSIÇÃO DE ARTES

No passado dia 20 de Maio, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal deFelgueiras decorreu a abertura solene da Exposição de Artes Decorativas, dos trabalhos realizados pelos alunos desta área , ao longo do ano lectivo.
A sessão solene contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara Municipal Dr. Inácio Ribeiro, professores e alunos da USAF e outros convidados.

A assinalar o momento usaram da palavra o Dr. Gaspar Martins, na qualidade de Director Pedagógico, Octávio Pereira, Director Executivo da USAF e o Presidente da Autarquia Dr. Inácio Ribeiro, que se mostrou sensibilizado com o trabalho reliazado pelas alunas, que reflectem os ensinamentos e o conhecimento quer do presente, bem como do passado. Elogiou e incentivou todos os alunos para aproveitarem os momentos que a vida, agora, lhes proporciona na procura de novos saberes.


O evento ficou marcado pela actuação da Tuna Académica que de forma profissional alegrou o momento, com um reportório popular, e que não se circunscreve apenas ao reportório nacional. Uma actuação brilhante tendo em conta o amadorismo dos elementos que compõem a Tuna Académica, apesar de apenas contar com dois anos de idade.

A encerrar a cerimónia foi servido um Porto de Honra acompanhado de doces regionais.

domingo, maio 16, 2010

A HISTÓRIA DA CAROCHINHA

Era uma vez…
A história da Carochinha contada e cantada pelos alunos da USAF

No âmbito da disciplina de Literatura e Cultura Portuguesa, os alunos que frequentam a área de Literatura Infantil, realizaram no dia 10 de Maio, logo pela manhã, uma actividade da “hora do conto”, no Jardim-de-infância de Barrosas. A história da Carochinha foi recriada e explorada nesta Instituição por um grupo de alunos da USAF, que com entusiasmo e dedicação se disponibilizaram para a realização desta actividade.

Num espaço preparado para o efeito, as crianças ocuparam os seus lugares para poderem usufruir deste momento de fantasia. O ambiente de Magia estava criado e por demos início à sessão. Desta vez não começamos esta história pelo habitual “Era uma vez…” mas sim por cânticos alusivos à história da Carochinha, que foram acompanhando todo o percurso da personagem e que tornaram o momento diferente, despertando a atenção das crianças. A nossa contadora e todo o grupo da USAF deram o seu melhor para que o momento fosse do agrado de todos.

A história contada e cantada ia avançando perante os olhares atentos do nosso público. A contadora foi criando momentos de expectativa, “agarrou” o grupo de crianças, desempenhou com sabedoria a tarefa da leitura. O grupo dos cantadores correspondeu complementando a actividade. O entusiasmo demonstrado pelas crianças possibilitou uma dinâmica de interacção que a contadora também soube aproveitar, iniciando com as crianças um diálogo de exploração da história, tendo como suporte imagens seleccionadas, representativas da acção e do sonho da personagem.

No final da apresentação desta narrativa as crianças já entoavam o refrão, proferiam as suas apreciações e interpretações da história, demonstravam a sua vontade de usufruírem doutras histórias.

Distribuímos e recebemos gestos de amizade, distribuímos ainda pequenas lembranças realizadas pelo grupo de alunos da USAF (livros com imagens da história, para que as crianças continuem a sua exploração após esta iniciativa e ainda uma surpresa que as crianças iriam desembrulhar já no espaço da sala de cada grupo), recebemos a promessa destas crianças que nos enviariam os seus trabalhos relacionados com esta história. Ficamos muito agradados com esta troca de mimos.

A manhã já ia longa, as crianças voltaram para os seus afazeres, levando consigo esta história e deixando a imagem dos sorrisos espelhados nos seus rostos.


Salientamos ainda a disponibilidade e colaboração demonstrada pelas profissionais desta instituição que prontamente aderiram e facilitaram todo o processo, organizando o grupo e espaço, dando o seu contributo para a realização desta actividade.

Despedimo-nos de toda a equipa, que de forma simpática e afável nos recebeu.
Ficou a promessa de um dia lá voltar e o desejo claramente demonstrado de novamente nos receber.

Voltamos mais ricos, com vontade de continuar nestas e noutras aventuras que entretanto possam surgir.

Irene Moura

terça-feira, maio 11, 2010

VIAGEM A VISEU


Partimos bem cedo, ameaçados pela chuva, com destino à Quinta do Compadres, local onde se ia realizar a concentração de cerca de 600 alunos da Diversas Universidades Seniores espalhadas pelo país.
À chegada, por volta das 10:30h fomos de imediato recebidos pelos responsáveis e convidados a expor os Cartazes, previamente elaborados que davam a conhecer os professores da USAF bem como imagens de algumas actividades levadas a cabos pelos alunos.
Num dos espaços cobertos da referida Quinta, decorria já a sessão Solene de abertura com vários discursos de circunstância.
De seguida começou a actuação das Tunas das USR. O nosso Grupo actuou em terceiro lugar com quatro números a saber: Clavelitos, os Teus olhos Negros, A Montanha e O Sole Mio.
O almoço foi abrilhantado por um grupo de Concertinas que percorrendo a sala arrastavam os mais afoitos, que em filas, serpenteavam as mesas, ao som de música popular portuguesa provocando momentos de descontracção e alegria.
Seguiu-se a actuação dos restantes Grupos. Do seu repertório predominavam canções populares embalando alguns elementos num pezinho de dança.
A Folia só acabou por imperativo de programa. Era a hora de regressar.
A viagem até Felgueiras, decorreu num ambiente festivo onde se privilegiou o cariz lúdico e o saudável convívio entre os participantes.

Dalila Silva

sexta-feira, maio 07, 2010

HORA DO CONTO


Momento de dinâmica, de fantasia e partilha na USAF


O momento de exploração do conto pode constituir um momento mágico e de fantasia e em simultâneo possibilitar uma diversidade de abordagens, aliando o entretenimento e diversão à descoberta de um mundo maravilhoso, onde a imaginação, a criatividade e o sonho aparecem à medida que o contador avança na acção e vai estabelecendo relações com o mundo real.
Uma das formas de perpetuar o conto e outras narrativas é através das suas vivencias em contextos diversificados. O Jardim de Infância é um local de excelência para a vivencia destas narrativas.
No âmbito da disciplina de Literatura e Cultura Portuguesa, as “avós” da USAF pretendem realizar a “hora do conto” no Jardim de Infância de Barrosas, no dia 10 de Maio, pelas 10 horas. A história da Carochinha irá ser contada e cantada por um grupo de alunos (as) que se disponibilizaram para esta aventura. A nossa Carochinha e seus pretendentes encaram com entusiasmo toda a organização desta iniciativa.
O encontro já está a ser preparado, tem o seu início com o já habitual “ Era uma vez”… em que a personagem vive o sonho de encontrar o marido ideal…Encaramos esta actividade como um desafio, onde faremos todos os esforços para criar um momento de dinâmica, de fantasia e de partilha junto das crianças desta instituição.
O regresso às vivencias da infância constituirá uma mais valia para todos (as) nós. A todos os que desejem partir nesta aventura, convidamos a estarem presentes neste Jardim de Infância.


Irene Moura

quarta-feira, maio 05, 2010

VISITA A LEÓN E ASTORGA

Nos dias 24 e 25 de Abril, a Universidade Sénior de Felgueiras realizou mais uma visita guiada.De abalada até terras da vizinha Espanha, um grupo de professores e alunos partiu manhã cedo de sábado. A alegria e a boa disposição reinaram sempre entre os elementos do grupo e, para tal, também contribuiu o sol que fez questão de estar sempre presente. Ao longo do percurso até Chaves pudemos desfrutar de paisagens que, não sendo para nós desconhecidas, não deixa contudo de nos deslumbrar com seus cenários tão agrestes e tão díspares.Já do lado de lá da fronteira passámos a ver ao longe os montes de Léon. A maior parte dos excursionistas ficou desde logo admirada pela existência de neve nos cumes de alguns montes e pelas aldeias com casas, de telhados de ardósia, incrustadas no seu sopé.Chegados a Puebla de Sanábria, encantadora aldeia medieval, visitámos a sua catedral e estivemos junto ao seu lago, o maior da Espanha, e que é resultado de um período de acção de glaciares. O almoço foi um ponto de partida para uma tarde cheia. Em Léon, preenchemos a tarde com a visita à Catedral de Santa Maria Virgem Branca, de estilo gótico, o Palácio de Guzman, a Igreja românica de Santo Isidoro e o Mosteiro de São Marcos. Houve tempo para adoçarmos a tarde com um chocolate quente. Continuámos e deparámo-nos com a muralha romana aí existente. A contrastar no tempo e no tipo de construção, visitámos o Musac, museu de arte contemporânea que, pela sua arquitectura e uso das cores na sua construção, suscitou opiniões diferentes. Chegados ao hotel onde pernoitámos tivemos uma hora bem animada a ouvir o Dr. Leite e o seu acordeão e alguns elementos da tuna que se quiseram aliar a ele, em mais um momento de boa disposição.O domingo começou com a visita ao Santuário de La Virgem del Camino, edifício moderno mandado construir por um padre português. Visitámos a Catedral e o Palácio Episcopal, construído pelo grande arquitecto Gaudi, na cidade romana de Astorga.Seguiu-se um percurso pedonal pela pequena e típica aldeia Castrillo que ficou parada no tempo e onde tudo é construído em pedra. Continuámos a viagem com a visita à Capela da Virgem de La Ensina e ao castelo. Depois foi a visita às Médulas e, pudemos contar com a mestria do nosso motorista que, apesar da sua juventude e dos caminhos difíceis com que se deparou, conseguiu conduzir (e bem!) na subida que lhes dava acesso. E aí, seguiu-se um percurso pedestre, com uma subida considerável e que foi feito com mais ou menos esforço. Chegados ao miradouro, admirámos as formações rochosas de La Médulas e desfrutámos a paisagem. E, foi o regresso, ainda com uma curta paragem em terras de Espanha. E foram horas de viagem, de convívio e de animação.
F. Pereira

Lago de Sanábria

Catedral de León

Musac (León)

Palácio Episcopal de Astorga

Las Médulas

segunda-feira, abril 26, 2010

VIII Exposição de Artes Decorativas da USAF

A USAF convida todos os interessados a visitar a VIII Exposição de Artes Decorativas, que se realizará na Biblioteca Municipal de Felgueiras, nos dias 21 a 29 de Maio.
A cerimónia de abertura decorrerá no dia 20 de Maio.
Esta Iniciativa conta com a colaboração da Câmara Municipal de Felgueiras.

terça-feira, abril 20, 2010

ENTREVISTA


OCTÁVIO PEREIRA – Director Executivo da USAF

“As universidades seniores em Portugal, têm contribuído imenso para melhorar a auto-estima e a saúde mental e física de muitos milhares de portugueses”.

Nasceu em Ventoselo, uma aldeia do concelho de Mogadouro, mas cedo rumou a Macau, onde esteve seis anos. Depois andou por Angola, onde casou e lhe nasceram os três filhos. Após o 25 de Abril de 1974 chegou ao Brasil onde pensou fixar-se, mas acabou por regressar a Portugal. Trabalhou nas Finanças, no Serviço Meteorológico e fez carreira na Banca. Nos tempos livres fez rádio, colaborou com diversos jornais, criou um Agrupamento de Escuteiros. É membro do Rotary Club de Felgueiras desde 1985, onde exerceu diversos cargos. Foi Administrador de Rotary International, Governador do Distrito Rotário 1970 no período de 2000/1. Chefiou durante um mês uma Equipa de Estudos ao Brasil em 1996 e presidiu à Comissão Distrital da Rotary Foundation de 2003 a 2005. Foi presidente do Conselho de Administração da revista Portugal Rotário. No seu clube foi responsável pela criação de dois clubes de jovens: o Interact e o Rotaract e também da USAF – Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras.

Nascida sob o signo do bem – estar da Comunidade sénior Felgueirense, a USAF, surge como núcleo socioeducativo aberta à comunidade, de alternativa aos tempos livres, tendo em vista propiciar momentos potenciadores do seu crescimento intelectual e enriquecimento cultural.

Por João Silva

1. Octávio Pereira tem sido o rosto mais visível da USAF, sendo por todos, alunos e professores, considerado a “alma” do projecto da Universidade Sénior e do Autodidacta de Felgueiras. Como se sente enquanto “Pai, Fundador e Protector” desta instituição? Descreva-nos as razões da sua forte ligação ao projecto.

As razões da minha ligação à USAF, decorrem da disponibilidade que qualquer rotário deve ter para servir a sua comunidade. Terminado o meu mandato como Governador do Distrito Rotário 1970, pareceu ao Rotary Club de Felgueiras que seria um bom serviço à comunidade criar uma universidade sénior que apoiasse as pessoas reformadas ou em vias de se aposentarem. Foi me pedido que o fizesse. Aceitei. Constitui uma equipa e nasceu a USAF.


2. As universidades seniores vieram para ficar. Enquanto núcleos de dinamização educacional e social, e sem fins lucrativos, testemunharam na viragem do século um verdadeiro um «boom». Se até 2001 existiam apenas 18 universidades, hoje serão cerca de cem. Como justifica este fenómeno generalizado?

As universidades seniores têm bastante mais anos na União Europeia, e deve-se sobretudo ao aumento da longevidade e consequente envelhecimento da população e diminuição dos nascimentos. Se em Portugal o fenómeno é mais recente, é porque as necessidades também o são. De facto, nos anos oitenta e noventa houve em Portugal algumas tentativas de criação de universidades seniores e de as agrupar em associações que foram goradas porque as pessoas ainda não sentiam necessidade deste serviço.

Entretanto algumas organizações não governamentais e algumas autarquias aperceberam-se de que esta era uma forma de apoiarem os grupos de reformados, mantendo-os activos com enorme vantagem para a sua saúde e bem-estar e sem grandes custos económicos. Daí terem criado elas próprias, algumas universidades seniores ou apoiado associações locais com essa finalidade.

É preciso referir aqui o papel relevante que os clubes rotários têm desempenhado na expansão e criação de universidades seniores. Como clubes de serviço que são os Rotary Club criaram e tem em funcionamento, em Portugal mais de 30 universidades seniores.


3. Ao longo da sua experiência e contacto com este projecto, quais os principais constrangimentos que a USAF tem conhecido no seu desenvolvimento?

Num projecto de voluntariado como é a USAF, a maior dificuldade é encontrar voluntários e boas vontades. Claro que os recursos financeiros são importantes e a logística também, mas a equipa tem sabido ultrapassar uns e outros adaptando os meios às necessidades e sobretudo motivando professores e alunos.


4. Nas actuais condições de existência, a USAF é um projecto auto-sustentado?

Se nas condições inclui o apoio logístico e humano do Rotary Club de Felgueiras, o projecto é sustentável, a prová-lo estão os nove anos que a USAF leva de vida.


5. Tendo em conta que as Universidades da Terceira Idade não se limitam ao entretenimento, e dedicam-se à qualificação permanente, dos mais idosos, qual deverá ser o papel do Estado no apoio a estas instituições?

Não sou apologista da intervenção do Estado naquilo que nasceu na esfera privada. Se até aqui funcionaram bem sem o Estado, a intervenção deste deveria limitar-se a apoiar os alunos que queiram frequentar uma universidade sénior e que não tenham meios para o fazer, por exemplo atribuindo-lhe uma bolsa anual. Nós temos alunos que não pagam qualquer inscrição, o próprio seguro de acidentes pessoais é suportado por nós. Uma coisa é certa, ninguém deixa de frequentar a USAF por falta de recursos económicos.


6. Dada a nobreza do projecto a as suas finalidades, de que apoios institucionais tem beneficiado a instituição?

Em termos institucionais, a Câmara Municipal tem nos facultados gratuitamente as instalações da Biblioteca Municipal para a realização anual da Exposição dos trabalhos das turmas de Artes Decorativas. Tivemos um pequeno apoio financeiro do Governo Civil do Porto quando era governador o actual Presidente da Câmara do Marco de Canavezes para a realização do I Encontro de universidades seniores patrocinadas pelo Rotary e outro da Caixa Geral de Depósitos para o mesmo efeito. Nessa altura trouxemos a Felgueiras cerca de trezentas pessoas, a quem mostramos o que o Concelho tem de melhor. A Confraria do Sagrado Coração de Maria de Santa Quitéria, disponibiliza anual e gratuitamente o seu salão para a sessão solene de abertura do ano lectivo e as Caves da Lixa têm disponibilizado o seu salão de festas para a noite da abertura solene, igualmente a senhora Dra. Maria Adelaide Freitas nos cedeu por mais de uma vez a sua casa em Sendim para actividades festivas da USAF. A todos eles aproveito para deixar aqui o meu agradecimento e o reconhecimento da USAF.


7. Hoje, é unanimemente reconhecido que a idade cronológica é apenas uma idade entre muitas outras. Por outro lado, o prolongamento da longevidade humana gerou a disponibilidade de mais tempo livre junto dos aposentados. Em que medida a Universidade surge como tentativa de responder aos anseios, necessidades e, mesmo, exigências dessas pessoas?

Não é apenas uma questão de ocupação dos tempos livres. A passagem à reforma é um corte na actividade humana, não é um ganho, é uma perda e implica uma série de alterações a nível ocupacional, emocional, afectivo, comportamental e até de saúde a universidade sénior procura responder a essas alterações, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de outras relações humanas saudáveis e novos pontos de interesse. Por isso, nos reunimos em volta de uma mesa oval, por isso é que não temos só aulas, temos a hora do chá, temos passeios, temos festas, temos exposições, temos a ida aos lares da 3ª idade, temos a ida ao Jardim Infantil, temos o blogue, temos encontros, temos convívios, temos o magusto, temos a sardinhada, vamos ao teatro, etc.


8. Está satisfeito com a interacção conseguida com a comunidade envolvente?

Os ideais dificilmente são atingíveis na sua totalidade. Nós criamos um serviço que disponibilizamos a toda a população que dele queira usufruir, mas fizemo-lo conscientes das dificuldades próprias de um meio rural e fabril em desenvolvimento e transição para um meio urbano, onde a cultura e literacia nem sempre são prioridade.


9. Neste momento qual é a maior necessidade da USAF?

Encontrar voluntários, dentro e fora do Rotary para assumir responsabilidades na Direcção e como Professores por forma a renovar todos os anos os seus quadros, sem cansar. Temos professores que o são há nove anos, sentem-se cansados e eu compreendo-os. Compreendo que temos abusado da sua boa vontade. A equipa directiva que recebeu do Rotary um mandato de dois anos para pôr o projecto a funcionar ainda é a mesma. Precisamos de mais voluntários que tenham outras ideias, que acrescentem mais valias ao projecto.


10. Num artigo da revista da Academia americana de Neurologia, mostra-se que quanto maior é a prática pelos idosos praticam de actividades mentalmente estimulantes – como ler jornais ou jogar xadrez – menor é o risco de virem a sofrer da doença de Alzheimer. Sente que as pessoas se esforçam para se manterem activas?

Sinto que as pessoas gostam de participar nas actividades, e que isso as torna felizes, como sinto que algumas gostariam que a USAF estivesse aberta todo o ano, sem férias. Mas também noto que quando se lhes pede maior esforço de aprendizagem, sobretudo em áreas novas, como as Novas Tecnologias ou a Língua Inglesa, alguns fraquejam ou desistem.


11. O que justifica, afinal, a existência da Universidade Sénior e, globalmente como avalia o “Movimento das Universidades” em Portugal?

O que justifica a existência da USAF é haver pessoas que numa fase da sua vida precisam de encontrar um novo caminho, fazer amigos, abrir novos horizontes, ter alguém que os ouça, aprender coisas novas que não tiveram tempo de aprender enquanto foram profissionais activos.

As universidades seniores em Portugal têm desempenhado um papel muito importante e insubstituível no bem estar das populações, têm contribuído imenso para melhorar a auto-estima e a saúde mental e física de muitos milhares de portugueses.


12. Há quantos anos exerce funções de direcção na USAF? Que razões motivaram o nascimento da Universidade?

Esta Direcção está em funções desde o Outono de 2001, pois a USAF abriu em 4 de Fevereiro de 2002, aniversário do Rotary Club de Felgueiras. O mandato é de dois anos, só que tem vindo a ser renovado, porque não conseguimos voluntários que queiram e possam assumir esta responsabilidade. É preciso dizer que os professores e a Direcção da USAF são voluntários, trabalham de graça e às vezes ainda põem algum dinheiro do seu bolso.

Como Governador do Rotary tomei contacto com este projecto em alguns clubes rotários como Chaves e Viseu, tendo apoiado e aplaudido a iniciativa, por me parecer muito meritória. Uma forma de apoiar era criar novos pólos, por isso o Rotary Club de Felgueiras decidiu avançar com o projecto. Além disso procurei que surgissem outros clubes interessados e visitei alguns para lhes falar sobre o projecto, nomeadamente Fafe, Amarante, Penafiel e Maia.


13. Como é o seu dia-a-dia com alunos e professores?

É um relacionamento de amigos, assisto à maior parte das aulas, intervenho como aluno quando me dão a palavra e também já tenho substituído alguns professores. Procuro que as condições da sala sejam boas, que o ar condicionado funcione, que o chá esteja pronto, que os horários sejam cumpridos por todos. Se alguma coisa me dói é perder um professor ou um aluno, qualquer que seja a razão.


14. Tem alguma memória especial que gostaria de partilhar?

O caso de uma aluna com cerca de 90 anos que eu tinha procurado contactar por faltar uns dias às aulas e que me telefonou dizendo que estava no hospital, pois tinha partido o fémur. Pediu-me que a fosse ver dizendo que queria voltar às aulas. Visitei-a no hospital e visitei-a mais tarde em sua casa durante alguns anos, até falecer. A alegria de me ver e de saber notícias dos seus colegas era tal que o seu rosto se transformava.


15. Tem confiança no futuro do Universidade? Que sonhos gostaria de realizar na USAF?

Tenho confiança no futuro da USAF porque acredito na generosidade dos seus professores e na boa vontade dos seus alunos em construir um mundo melhor para si e para os outros.

Quanto aos sonhos, é melhor ser realista. Tomar consciência de que o convite para a festa da vida tem um prazo, temos que aproveitá-lo, usufruir de toda a beleza que ela nos proporciona e fazer que o mundo seja melhor a cada dia que passa. O sonho era criar condições para que todos os idosos pudessem sonhar com uma vida feliz. Não gosto dos lares que conheço, incomoda-me quando os visito, porque o lar que eu sonhei teria de ser diferente. Mas isso dava pano para mangas.


16. “O que responde a quem acusa a USAF de elitismo?”

Respondo, que se calhar até têm razão. Ser elitista no serviço que se presta, na qualidade dos seus professores, nos conteúdos das aulas, na diversidade das propostas, nos meios que procuramos disponibilizar a quem frequenta a USAF acho que é bom ser elitista. Mas a USAF não é elitista no sentido de discriminar, as pessoas por falta de cultura ou por falta de meios económicos. Ninguém deixa de frequentar as aulas por que só tem a terceira ou quarta classe, ou porque não tem dinheiro para pagar a inscrição.

Agora que a USAF tem alunos instruídos e cultos tem, mas tem também alguns menos cultos e menos instruídos e ninguém que eu saiba se sente discriminado. Que temos alunos com mais posses que outros é capaz de ser verdade, mas nunca perguntamos a ninguém o dinheiro que tem a religião que professa ou o partido político que prefere. Todos são aceites como fazendo parte da mesma família humana com qualidades e defeitos.